Como plantar mandioca: como preparar a terra, cuidados e muito mais!

A mandioca é uma planta nativa do Brasil e que já era cultivada aqui antes mesmo do evento da colonização portuguesa, possuindo até hoje uma grande importância no que diz respeito à alimentação mundial, já que caracteriza-se por ser uma rica fonte de amido.

Ela é considerada um cultivo ainda mais importante do que o do trigo, arroz, milho, batata e cevada, já que, do ponto de vista histórico, sempre foi considerado um alimento de subsistência para muitos povos que viviam do seu cultivo.

Essa planta que possui cerca de 109 espécies e pode ser utilizada tanto para a alimentação humana como a animal. Por ser menos tóxica, apenas a espécie Mahinot esculenta é indicada para fins comerciais e para o uso culinário. Conhecido por ser versátil no meio gastronômico, pode ser utilizado como petisco frito ou assado, em cozidos com carnes, em bolos cremosos e pudins.

Para saber mais sobre a mandioca e aprender o que é preciso para plantá-la e cultivá-la, continue lendo o artigo a seguir.

A mandioca é uma planta que pode chegar a ter cinco metros de altura. É uma espécie arbustiva lenhosa, de ciclo de vida perene e que possui folhas simples de coloração que variam de púrpura a verde-escuro. Além disso, apresenta flores masculinas e femininas e fruto troloculado (de três lóculos).

No que diz respeito à sua estrutura, a mandioca pode ter o caule ereto e a possibilidade de ter ou não ramificações. Suas raízes são chamadas tuberosas e são responsáveis por acumular substâncias de reserva (carboidratos, por exemplo), podendo variar entre 15 a 100cm de comprimento.

A mandioca é uma planta que não necessita de tanto manejo no preparo do terreno para cultivo, mas, apesar disso, é preciso ficara atento a outras questões fundamentais para ela se desenvolva de maneira produtiva. Confira-as a seguir:

Diferentemente do cultivo de outros alimentos, essa espécie se desenvolve muito bem em solos pobres e arenosos, desde que sejam muito bem drenados. Contudo, caso seja possível plantá-la em solos férteis e ricos em matéria orgânica, opte por eles. Não é preciso preparar o solo de maneira complexa, apenas areá-lo superficialmente e preparar as covas deve ser o suficiente.

Para plantá-la devem ser utilizados pedaços do seu caule, chamados de manivas. Elas devem apresentar de 15 a 25cm de comprimento e serem depositadas em covas de cerca de 10cm de profundidade, onde se desenvolvem e em pouco tempo dão origem a novos vegetais. A maneira mais fácil e produtiva é plantá-las horizontalmente, pois ao crescerem de maneira superficial haverá melhor manuseio na colheita.

A mandioca pode ser classificada em duas variações: a doce ou a de "mesa" e a brava, que é extremamente amarga. Essa última possui um alto teor de ácido cianídrico, uma substância tóxica para o nosso corpo e por isso não é indicada ser consumida na sua forma in natura. A indústria de alimentos a utiliza para a produção de farinhas ou de amido puro.

Já a outra variação, a mandioca doce, é a variação que é indicada para consumo sem restrições já que possui um sabor agradável e baixa quantidade de ácido cianídrico. Estas são vendidas nos mercados e nas feiras e são capazes de compor pratos deliciosos, tanto doces como salgados, sendo ideais para o plantio doméstico.

Pelo fato de terem a sua origem em países tropicais, o clima quente caracterizado por temperaturas elevadas ao longo do ano não é motivo de problema para o cultivo da mandioca. Por isso, ela pode ser cultivada tanto na sombra parcial ou em luz solar direta.

Por outro lado, caso você tenha um bom terreno ao ar livre e que recebe incidência direta de luz solar, fique certo que a sua plantação de mandioca irá vingar muito bem nele. De acordo com especialistas, o índice de produtividade deste alimento é muito grande quando recebe luminosidade continuamente.

As plantações de mandioca que já estão bem desenvolvidas podem ser tolerantes aos períodos de seca, porém aquelas que ainda estão nos seus primeiros meses de plantio não funcionam da mesma forma, então atenção com a irrigação. Sua rega deve priorizar deixar o solo úmido, mas nunca encharcado.

O cultivo desse alimento se dá muito bem em locais que chovem de 1000 a 1500 milímetros por ano, mas se dão melhor ainda em países tropicais cuja irrigação pode chegar até 4000 milímetros por ano, e detalhe: sem a ocorrência da estação seca.

A cultura da mandioca é capaz de se adaptar em diversas condições climáticas. No caso do Brasil, é possível plantá-la desde em regiões chuvosas e muito úmidas, como na Amazônia, até em regiões de seca e semiáridas, como no Nordeste e Centro-Oeste.

No entanto, a mandioca se desenvolve melhor e possui maior produtividade em regiões quentes, de temperatura variando entre 20 e 27ºC. Locais de geada e que possuem temperaturas em torno dos 15ºC não são propícios, pois acarretam o retardamento da germinação e a queda do desenvolvimento.

A adubação química da mandioca deve ser feita no período de 30 a 60 dias após o brotamento. A sua composição contém quatro substâncias essenciais para aumentar a produtividade da planta, sendo uma delas o calcário, que agrega dois elementos essenciais: o cálcio e o magnésio. Já a parte que contém o fósforo deve ter sua dosagem aplicada no sulco ou na cova do plantio.

A parte do potássio deve ser disposta em uma camada de 3cm em cima do adubo, pois ela não pode ter contato com as mudas. E por fim o nitrogênio, que é o mais importante. Este deve ser aplicado em toda cobertura, depois que a planta brotar. Para os demais nutrientes orgânicos, basta comprar um adubo disponível no mercado.

A colheita da mandioca possui um ciclo de cultura longo e, por isso, o alimento deve ser colhido depois do período de 8 a 14 meses do cultivo. De acordo com especialistas, as épocas mais indicadas para fazer esse trabalho é quando as plantas estão em repouso, ou seja, quando atingem a sua capacidade máxima de produção.

Esse processo é feito de maneira manual e também com eventuais ferramentas. Deve-se podar as ramas que estiverem em uma altura de aproximadamente 20 a 30cm do solo e logo depois, arrancar suas raízes manualmente ou com auxílio de implementos.

O trabalho de poda da mandioca é indicado apenas para a obtenção de manivas, com o fim de iniciar um plantio fora da sua época tradicional de colheita. Podar as plantas para fins estéticos e por motivos desnecessários ocasionam a diminuição da sua produção, por isso evite ao máximo realizá-la.

O processo deve ser feito nos períodos de clima ameno ou frio, quando as plantas estiverem com 10 a 12 meses de cultivo e obtiverem uma altura de 15 a 20 centímetros da superfície do solo. Logo depois de cortar as ramas da planta com um facão, em poucos dias serão emitidos novos brotos.

A melhor maneira de propagar a mandioca é pelo uso de suas sementes. As chamadas manivas-sementes devem ter cerca de 20 centímetros de comprimento e com 5 a 7 gemas, oriundas de plantas sadias e recém colhidas.

A escolha da área de plantio é fundamental, visto que ela deve abrigar plantas vigorosas, saudáveis e que não possuam pragas. O seu preparo deve ser o mínimo possível, priorizando plantar as manivas em solos mais soltos e arenosos já que são fundamentais para o engrossamento das raízes.

As doenças e as pragas são os fatores mais comuns que indicam a queda da produtividade da mandioca e, por isso, é necessário ficar muito atento a elas. Em relação às doenças, podemos citar a bacteriose e antracnose, que podem ser controladas através de aditivos microbianos encontrados no mercado,

Já no caso das pragas, podemos dizer que a lagarta mandarová é a mais comum. Ela pode causar desfolhamento, reduzir o rendimento e até mesmo ocasionar a morte das plantas. Outras pragas comuns são os ácaros, cupins, percevejos, a mosca branca, as brocas do caule e formigas.

Além de ser um produto de fácil cultivo, a mandioca tem ainda uma ação fundamental na saúde e manutenção do nosso corpo. Para saber mais sobre os seus benefícios, leia os tópicos abaixo.

A mandioca é um alimento rico em polifenóis e saponinas, duas substâncias encontradas nas leguminosas e em alimentos que contêm muita fibra. Estes possuem ação anti-inflamatória e analgésica, ou seja, agem no combate contra eventuais inflamações e dores gerais.

Outra ação muito interessante dessas duas substância é no combate à osteoastrose e à artrite reumatoide, duas doenças autoimunues que afetam diretamente o sistema musculoesquelético, as juntas e as articulações. Por isso, a mandioca é um alimento importante na dieta de quem sofre de doenças ósseas.

O resveratrol é um dos polifenóis encontrados na mandioca. Essa substância possui ação antioxidante, ou seja, ajuda o corpo a combater radicais livres capazes de incumbir diversos tipos de câncer e outras doenças fatais.

Além disso, é um alimento rico em Vitamina C, substância que age no retardamento do desgaste do nosso corpo. Essa vitamina combinada ainda com outro elemento, o folato, são responsáveis por combater a acne, no auxílio do crescimento das unhas e na saúde da pele e dos cabelos.

A Vitamina K, presente nas folhas da planta da mandioca, é uma substância fundamental para o nosso corpo quando falamos sobre o processo de reconstrução óssea. Outra vitamina que possui ação direta no sistema musculoesquelético é a C.

Esta por sua vez, atua diretamente na produção do colágeno, — presente no tecido conjuntivo, a principal proteína fibrilar do nosso corpo, possuindo função estrutural — tendo por consequência a melhora da saúde dos ossos, cartilagens tecidos e músculos.

Como sabemos, a mandioca é um alimento rico em amido resistente, um polissacarídeo que atua no organismo de forma similar às fibras e que tem o papel de causar sensação de saciedade. Por esses motivos, ajuda a moderar o apetite, controlar o peso e, também, a controlar a diabetes.

Por ser um alimento que demanda uma digestão lenta, a liberação de energia para o corpo leva um tempo para acontecer. Com isso, são evitados os picos de açúcar no sangue e por consequência a quantidade de glicose não excede o limite adequado.

Se você está procurando um alimento para inserir na sua dieta de pré-treino de atividades físicas, tenha certeza que a mandioca será uma boa escolha. Em apenas 100 gramas do alimento possui aproximadamente 125 calorias, sem falar do seu alto teor de carboidratos.

Além disso, por ser um alimento rico em fósforo, ajuda também na resistência do corpo contra o cansaço e a fadiga e, portanto, aumenta o nosso rendimento durante uma atividade física. Além do fósforo, o cálcio presente na mandioca ajuda na saúde da nossa estrutura óssea.

Como foi dito anteriormente, a mandioca é um alimento rico em fibras, sendo assim um importante equilibrador dos níveis dos ácidos graxos (também chamados de lipídios ou gordura) do nosso corpo, controlando assim o nível de colesterol e doenças cardiovasculares.

Rico também em potássio, substância essa que regula os fluxos do nosso corpo e, principalmente, alivia a tensão presente nos vasos sanguíneos e artérias. Entre outros elementos presentes na mandioca temos o zinco, o magnésio, o cobre, o ferro e o manganês.

Em resumo, essa planta que possui mais de 100 espécies está presente na alimentação da população mundial há muito tempo. Se trata de um produto de fácil acesso que você pode encontrar em feiras e mercados e também em pratos diversos do dia a dia, seja in natura ou nas suas versões processadas.

Além disso, não encontramos muitas dificuldades no cultivo da mandioca. Ela pode ser plantada em solos arenosos, sua irrigação pode depender do índice pluviométrico da região e lida bem com ambientes quentes, úmidos e secos. No entanto, devemos dar atenção às podas, que podem ser muitas vezes desnecessárias.

E por fim, quem quer cuidar da saúde do corpo não pode deixar de incluir na dieta esse alimento que traz diversos benefícios, tanto na rotina de exercícios físicos quanto na resistência dos ossos a longo prazo. Não esqueça das dicas oferecidas no nosso artigo, elas podem ser preciosas para o cultivo dessa planta incrível! E aí, já começou a plantar sua mandioca?