Visite Maria da Fé: a cidade mais fria de Minas Gerais!
Encolhida e bem ao sul de Minas Gerais está Maria da Fé. Localizada no alto da Serra da Mantiqueira possui seus 1.258 metros acima do nível do mar e ostenta orgulhosa, o título de cidade mais fria de Minas Gerais. Distante 40 km da capital Belo Horizonte não é a primeira opção de viagem para quem pensa em conhecer Minas Gerais, mas é a primeira opção para quem curte fugir das calorosas temperaturas e abraçar o frio e o meio ambiente.
No presente artigo veremos mais sobre os pontos turísticos, hotéis, pousadas, curiosidades, desvendando aos poucos o pequeno município mineiro de Maria da Fé. Um local que reserva desafios devido ao seu caminho de entrada sinuoso e localização alta, ao passo que recompensa os viajantes com suas belas e famosas oliveiras e todo o charme e encanto que somente as pequenas cidades podem proporcionar.
O evento mais importante da cidade é o festival de inverno que reúne moradores e turistas e chama atenção pela variedade de atrações e produtos vendidos. Então suba e venha descobrir todas as belezas que nos reserva Maria da Fé, uma jóia encravada no sul de Minas.
O que fazer em Maria da Fé
Saiba mais sobre os pontos turísticos e chamativos de Maria da Fé que atraem viajantes do Brasil e do Mundo inteiro.
■Conhecer as plantações de oliveiras
Situada a 1.200 metros acima do nível do mar e em torno da Serra da Mantiqueira é nas plantações de oliveiras que muitos moradores garantem o seu sustento. A região é mundialmente reconhecida como produtora e exportadora de azeite extra virgem.
O sucesso das oliveiras teve início com a introdução das primeiras plantações pelo português Emídio Ferreira que, vindo tomar conta da fazenda Pomária percebeu o clima semelhante ao de sua cidade natal. Então, solicitou diversas mudas e sementes dentre as quais estavam as ditas oliveiras.
As oliveiras se deram bem no solo, cresceram e frutificaram satisfatoriamente chamando a atenção do prefeito regional, Doutor José Vilella, que mandou uma plantação próxima a estação ferroviária, hoje centro cultural, mas foi em 2008 o grande ano da cidade em que foi extraído e exportado mais de 40 litros de azeites vindos de Maria da Fé. O segredo do sucesso de seus azeites está no modo de produção: as azeitonas, fruto das oliveiras, são colhidas com muito cuidado e são armazenadas em tanques de inox e de lá passa por uma rigorosa filtragem onde o suco é retirado.
Em matéria de azeites a fazenda Maria da Fé é referencial. Funciona desde 2015 oferecendo a oportunidade dos viajantes de provar e comprar de seus azeites, em especial o azeite novo que é proveniente da fazenda e colhido em meados de fevereiro. Oportunidade gastronômica única.
Horário de funcionamento | Quinta a domingo das 10h às 16h |
Telefone | (35) 99221-8607 |
Endereço | Fazenda Maria da Fé - Capitinga, Maria da Fé |
Valor | Gratuito |
Link do site | www.fazendamariadafé.com |
■Visitar a Igreja Nossa Senhora de Lourdes
Localizada no coração da Cidade de Maria da Fé a igreja é considerada a paróquia local. Por sua importância histórica a igreja é tombada como patrimônio cultural pela prefeitura municipal. A paróquia Nossa Senhora de Lourdes foi criada em 1908, mas um incidente fez com que a igreja fechasse: um incêndio causado por uma vela esquecida na sacristia.
O incêndio parou com o funcionamento da igreja e em 1928, o Padre Lauro Augusto, pároco da igreja, resolveu demolir e construir uma nova matriz. As obras sofreram vários problemas e adiamentos tendo somente em 1940 a obra finalizada. Durante o período a igreja recebe um novo altar vindo da Itália e recebe a colaboração de toda a população bem como dos artistas Pietro e Ulderico Gentili, irmãos italianos, que realizam as pinturas internas e de Marino Del Fávero que assina as esculturas.
A igreja ainda passa por mais duas transformações: entre os anos 70 sofre reformas na parte interna e entre os anos 2000 a 2008 são feitas restaurações na pintura e reforma na cobertura. A paróquia consegue se destacar no meio de tantas casas e na sua entrada recebe a proteção e recepção da imagem de Nossa Senhora de Lourdes acolhendo a todos.
A fachada apresenta a imponência em estilo gótico aos tons marrons, porém a grande beleza está no interior. Todo o interior é ornado com o trabalho dos irmãos Ulderico que embelezam e encantam com as representações da vida de Jesus Cristo e da Virgem Maria em contraste com o azul belíssimo e as esculturas de anjos e santos feitos por Fávero.
A paróquia mantém preservado junto ao altar a imagem original de Nossa Senhora de Lourdes que sobreviveu ao incêndio de 1922. É um convite único para conhecer e visitar a vida religiosa local.
Horário de funcionamento | Segunda-feira das 12h até 18h, terça a sexta das 08h até 17h |
Telefone |
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Endereço | Rua Ana Junqueira de Ferraz, Centro - Maria da Fé |
Valor | Gratuito |
Link do site | igrejanossasenhoradelourdes.negocio |
■Ir ao Centro Cultural de Maria da Fé
O centro cultural Maria da Fé é para todo visitante o primeiro e principal cartão postal da cidade. Antes de se tornar espaço cultural, o lugar abrigava uma estação de trem. Fundada em 1898 realizava a viagem de Minas Gerais a São Paulo e com a cultura de batatas na região tornou-se a maior exportadora do produto. Como recordação do período ferroviário a fachada mantém a locomotiva original e parte dos trilhos da antiga estação.
No espaço atualmente se encontra a secretaria municipal de cultura e turismo e um balcão de atendimento aos turistas que vêm para a cidade. Um grande diferencial são as exposições fotográficas e documentais que contam a história da estação e da cidade Maria da Fé.
Horário de funcionamento | Segunda a domingo das 08h às 18h |
Telefone | (35) 3662-1135 |
Endereço | Praça Getúlio Vargas 60, estação ferroviária, Centro - Maria da Fé |
Valor | Gratuito |
Link do site | https://www.minasgerais.com.br/pt/atracoes/maria-da-fe/centro-cultural-0 |
■Visitar o Estúdio Domingos Tótora
Domingos Tótora é um artista plástico e designer nascido e criado em Maria da Fé. Desde cedo manifestou seu interesse por artes e quando cresceu foi para São Paulo estudar. Cursou artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e na Escola de comunicação e artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).
Terminado os estudos retorna à cidade natal e torna-se professor de crianças. Numa de suas aulas descobre o potencial do potencial do papel reciclado que passa a usar como matéria-prima dos trabalhos. O estúdio e ateliê Domingos Totora sai do papel e tem sua fundação em 2005. Situado em local privilegiado rodeado por montanhas, a estética do estúdio obedece a corrente japonesa wabi-sabi que busca beleza na quietude e da inspiração na natureza, por conta disso o espaço possui aberturas na fachada para favorecer a integração do ateliê com as montanhas.
O estúdio reúne desde vasos, fruteiras até peças de mobiliário como mesas de centro todos feitos de papelão reciclado. Para realizar todas as magníficas obras Totora junto com a ajuda de artesão coleta e desmancha papelão na água transformando numa espécie de massa. Dessa massa ele adiciona uma cola que é deixada para secar ao sol e já seca e bem dura dá asas a sua mente para realizar seu trabalho.
Uma das obras mais interessantes do estúdio é, sem dúvida, a mesa de centro água em que o papelão dá forma a três grandes pedras servindo de apoio para um tampo redondo de vidro. Além de mobiliário, o espaço conta com exposições de esculturas moldadas em forma de pedra e painéis representando o solo feito com base de papelão esculpido.
Pioneiro em reutilizar papel reciclado teve suas produções reconhecidas no nível internacional conquistando um prêmio em 2008, em primeiro lugar, no Craft+Designer e nacionalmente ficando em segundo lugar no objeto brasileiro, na categoria objeto de produção autoral. Para quem pensa que designer e meio ambiente não se misturam, Domingos Tótora é a prova viva do contrário.
Com produções únicas e excepcionais, ele consegue fazer cadeiras, mesas, mesas de centro e outros somente usando papelão. Obras que te farão questionar: Como é que ele fez isso? E admirar ainda mais a genialidade e criatividade desse autor.
Horário de funcionamento | Fechado para obras |
Telefone | (35) 99134-1997 |
Endereço | Rua Darci de Souza Cardoso, 300 - Maria da Fé |
Valor | Gratuito |
Link do site | www.domingostotora.com.br |
■Ir à Oficina gente de fibra
A oficina surgiu em parceria entre a prefeitura municipal e o SEBRAE-MG. A iniciativa do projeto era desenvolver um artesanato que tivesse a cara da região e estimulasse o lucro e o turismo da região por causa disso foram realizadas reuniões para definir a pauta. Em uma das reuniões esteve presente Domingos Tótora e a sua trajetória se misturou com o projeto.
Na reunião Tótora falou sobre suas obras utilizando papel reciclado e ofereceu a alternativa de usarem a fibra da bananeira como matéria-prima. A proposta agradou e cinco mulheres da comunidade junto com ele deram o pontapé inicial. Inicialmente o trabalho era desenvolvido separado e as artesãs produziam independentemente.
Entretanto, o trabalho começou a chamar atenção conquistando mais pessoas assim, todas as oficinas se uniram em 1999 e formaram juntas a cooperativa mariense de artesanato. Formadas por pequenas casas no centro da cidade vendem das mais variadas peças entre pratos, potes, cestos, sacolas e até esculturas feitas com base na fibra da bananeira. Além de usarem a fibra de bananeira também reutilizam o bagaço e o pó da azeitona e fabricam sabonetes de excelente cheiro.
Os objetos produzidos pelos artesãos são bastante criativos e valorizam a cultura local ao mesmo tempo em que geram renda às famílias. Vale à pena o viajante visitar, comprar, ver o trabalho sendo feito e participar da confecção das peças prestigiando o trabalho dos moradores locais.
Horário de funcionamento | Segunda a domingo das 08h às 18h |
Telefone | (35) 3662-2386 (35) 98823-5241 |
Endereço | Avenida Teodomiro Santiago, 160 - Centro, Maria da fé |
Valor | Gratuito |
Link do site | www.gentedefibra.com.br |
■Subir o Pico da bandeira
O pico da bandeira é o ponto mais alto com seus 1.683 metros e mirante da cidade. Faz parte da trilha chamada Canto do Sauá que visita todo o relevo montanhoso da região. Através de uma visita guiada poderá ver toda a fauna e flora local e conhecer de perto a Serra da Mantiqueira. O pico da bandeira é destaque da trilha, já do seu alto pode ver a pequena cidade de Maria da Fé e curtir de um belo pôr do sol no fim da tarde.
O acesso é somente por carro passado por sua estrada de terra, mas a oportunidade de ter um contato real com a natureza é única.
Horário de funcionamento | Segunda a domingo, 24h |
Telefone | (35) 99164-8511 |
Endereço | Fazenda Pomária - Maria da Fé |
Valor | R$ 40 (visita guiada e mediante agendamento) |
Link do site | minasgerais.com. BR/PT/atrações/Maria-da-fe/canto-do-sauá |
■Conhecer o Campo Experimental de Maria da Fé (EPAMIG)
Originalmente chamado de sítio Vargedo foi doado pelo fazendeiro José Fabrino de Oliveira para o ministério de educação e cultura com a finalidade de fazer uma escola agrícola, em 1927. Na década de 40, o fazendeiro e sua família se mudaram para a capital e o espaço ficou sob responsabilidade da secretaria de agricultura até 1972.
Assumindo o nome de programa integrado de pesquisas agropecuárias do estado de Minas Gerais (PIPAEMG) realizou várias pesquisas com o intuito de estimular a agricultura regional. Em 1975 a região ficou ao cargo da empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais-EPAMIG que aproveitou a região para produzir batatas para incentivar a exportação do produto.
A CEMF surgiu como unidade do EPAMIG inicialmente realizava pesquisas de batatas e hoje é um campo experimental. Atualmente o espaço conta com uma área de 113 hectares das quais apenas 35 hectares são compostos de pomares e áreas reservadas à pesquisa e produção de azeitonas. O espaço é composto de casas de moradia para pesquisadores, escritório, galpões com máquinas de extração, viveiro de mudas de oliva, laboratório de pesquisa e local para eventuais pesquisas e palestras: tudo compactado ao longo dos 35 hectares.
O campo experimental é reconhecido mundialmente como pioneiro na área de pesquisa de olivicultura e de onde sai maravilhosos azeites extra virgem abastecendo o comércio e toda a região em torno da Serra da Mantiqueira. Além de pesquisa e venda de azeite de oliva também são produzidas e vendidas frutas de clima temperado e possui uma produção de batatas.
Faça uma visita guiada e acompanhe de perto todas as etapas de produção e extração de azeitona e prove um dos seis saborosos azeites de oliva. Atualmente o espaço não está fazendo visitas guiadas de viajantes, apenas técnicas, mas quando voltar à normalidade é bom que faça uma visita.
Horário de funcionamento | Dias úteis das 7h às 16h |
Telefone | (35) 3662-1227 |
Endereço | Rua Washington Viglioni, s/n, bairro Verge - Maria da Fé |
Valor | Apenas visitas técnicas |
Link do site | epamig. BR/cemf-campo-experimental-maria-da-fé |
Hotéis e pousadas de Maria da Fé
Gostou do que leu até aqui e quer viajar para Maria da Fé? Então conheça os locais onde os viajantes podem ficar e se hospedar nos dias frios de Maria da Fé.
■Pousada Maria da Fé
Localizada bem no início da cidade, a pousada Maria da Fé é o primeiro lugar de repouso para os viajantes. Um chalé nas montanhas compartilhando espaço com a natureza e a Avenida Silvestre que corta a região. Para quem vem de carro tem estacionamento privativo e recepção 24hs. O espaço conta com três suítes com uma cama de casal, uma cama de solteiro e um banheiro privativo.
Cada quarto tem uma TV e frigobar e também existe na pousada um enorme quarto com cinco camas de solteiro. A estadia inclui um gostoso café da manhã que pode tomar admirando a natureza ao redor. A pousada fica bem no início da cidade tendo o privilégio de ser porta de entrada para os demais pontos turísticos. Para quem curte um turismo ecológico tem uma vasta natureza.
Horário de funcionamento | Recepção 24h |
Telefone | (35) 3662-1411 (35) 99116-6532 |
Endereço | Rua do Trevo Itajubá - Cristina, 300 - Maria da Fé |
Valor | Quartos de casal a R$250, quartos de solteiro a R$120 |
Link do site | www.pousadamariadafe.com.br |
■Recanto das Videiras
Uma humilde pousada escondida no meio da floresta. Próximo do parque Shamballa é um hostel que conta com modestos quartos, mas com uma maravilhosa vista da natureza. Todo o espaço e entorno é caracterizado por excelentes videiras e de suas uvas fazem geléias e compotas de boa qualidade. Disponibiliza café da manhã e estacionamento.
Horário de funcionamento | Check-in das 8h às 18h |
Telefone | (35) 99132-5716 |
Endereço | Rodovia BR383, Recanto das Videiras - Maria da Fé |
Valor | Quartos a partir de R$ 270 |
Link do site |
■Pousada Shambhalla
A pousada Shamballa é outra pousada com contato direto com a natureza. Constituída de um grande chalé de madeira é um lugar de descanso inserido no parque Shamballa. Todo entorno da pousada é formado de uma exuberante paisagem na qual os viajantes são convidados a interagir. O espaço dispõe de lagos para pesca e uma imensa paisagem natural favorável a trilhas e caminhadas.
Aceita animais de estimação, mas se preferir tem cavalos para cavalgar. A pousada conta com oito quartos, um bar e restaurante amplos. O espaço também conta com wi-fi e café da manhã dentro da pousada para aqueles que não adoram o ar livre. Um lugar para todos os gostos e pessoas e treze minutos do estúdio Domingos Tótora sendo uma excelente parada para todos que vão conhecer o centro e Cidade de Maria da Fé.
Horário de funcionamento | Entradas às 12h de um dia e saída às 12h do outro dia |
Telefone | (35) 99756-3121 |
Endereço | Rodovia Maria da Fé, km 5 - Maria da Fé |
Valor | A partir de R$ 200 (as suítes) |
Link do site | pousada-shambhala.ueniweb.com |
■Hotel Colonial Gold
Um hotel chique dentro de Maria da Fé. Grande espaço com estacionamento privativo oscilando entre seus 19 apartamentos de estilo luxuoso e o tradicional. Localizado bem no centro é próximo do comércio local e dos restaurantes. O hotel oferece o que é de mais luxuoso: camas king size, roupeiros, serviço de quarto, frigobar, TV LCD dividido entre suas suítes de solteiro, casal e casal máster.
O hotel disponibiliza uma cozinha independente com um delicioso café colonial. Do hall de entrada até a saída apresenta uma decoração refinada. Os viajantes que detém um maior poder aquisitivo e não se preocupam em gastar dinheiro o hotel Colonial Gold oferece todas as comodidades possíveis.
Horário de funcionamento | Reservas das 7h às 20h |
Telefone | (35) 3662 2032 |
Endereço | Avenida Luiz Correa Cardoso, 260, Centro - Maria da Fé |
Valor | Suíte de casal R$ 200 e suíte de solteiro R$ 100 |
Link do site | www.hotelcolonialgold.com |
■Pousada valle das águas
A pousada Valle das águas é um chalé simples e verde dentro de uma fazenda. Oferece uma grande área ao ar livre com uma piscina e espaço de recreação para as crianças. Aconchegante, é bem próximo do centro da cidade e uns cinco minutos de carro para a paróquia local. Dispõe de oito quartos bem equipados com cama, TV, frigobar e banheiro.
Um espaço familiar que convida os viajantes para a caminhada e a pesca e proporciona wifi gratuito para aqueles mais caseiros. Toda estadia vem incluída com café da manhã regional e um belo restaurante. Vale a pena reservar uma estadia.
Horário de funcionamento | Recepção 24h |
Telefone | (35) 99202-7264 |
Endereço | Avenida Luiz Correa Cardoso, 260, Centro - Maria da Fé |
Valor | Quartos a partir de R$200 |
Link do site | facebook.com/pousadavalledasaguas |
Sobre o município Maria da Fé
Descubra as lendas por detrás do nome da cidade, quando e de que forma você, viajante, pode vir aproveitar tudo o que a cidade reserva.
■Por que o nome Maria da Fé?
A origem do nome do município recai sobre duas lendas que buscam explicar de onde surgiu o nome. A primeira lenda conta a história de um bandeirante que desvendava o sul mineiro em busca de ouro e sempre estava em companhia de sua filha, Maria da Fé. Em uma dessas expedições parou na Serra da Cristina, atual local de Maria da Fé, e deparou-se com uma tribo indígena.
Maria da Fé, jovem de excepcional beleza, cativou o coração de Jequitibá, cacique da tribo. O cacique então pede a mão da moça, que a princípio teve a negação do pai da moça, mas logo o pai aceita quando o cacique promete em troca da mão da filha revelar as minas de ouro na região. Dessa forma ocorre o casamento entre o cacique e Maria da Fé e Jequitibá cumpre a promessa revelando as minas de ouro em São Gonçalo e Ouro Fino.
A chegada de Maria da Fé causa estranheza na tribo, porém seus dotes e sua fé cristã conseguem convencer a todos. Em sinal da sua fé cristã, Maria manda erigir uma enorme cruz de madeira que converte a tribo ao cristianismo.
Outra lenda conta a história de uma fazendeira, empreendedora e muita energia, apelidada de Maria da Fé que casou em Cristina, em 1803, e teve uma filha de nome Ana Felícia. Com a morte do marido ela passa a se responsabilizar pelas fazendas cuidando com bastante inteligência.
Em homenagem a essa figura ilustre a estação ferroviária, atualmente centro cultural, mudou o seu nome e ficou sendo chamada de Maria da Fé. Sendo ou não real, as lendas permeiam o imaginário dos moradores de Maria da Fé e procura explicar, mesmo de forma simples, a origem do nome do município.
■Clima da região
Maria da Fé devido a sua grande altitude apresenta o clima tropical de altitude. O clima tropical de altitude aparece no sul de Minas Gerais e do Espírito Santo bem como parte do Rio de Janeiro e São Paulo e se caracteriza por verões não muito quentes e chuvosos e invernos muito frios. Maria da Fé é considerada a cidade mais fria do estado e seus invernos atingem facilmente temperaturas abaixo de zero. Em invernos mais rigorosos ocorrem geadas e em algumas partes neva.
■Qual a melhor época para ir a Maria da Fé?
Maria da Fé é considerada a cidade mais fria do estado e esse título de fria convida muitos viajantes. No mês de julho as temperaturas giram em torno de 8 a 9 graus e geralmente acontece o festival de inverno que reúne música, arte e venda dos famosos azeites. Por causa disso, o mês de julho é ideal para todos os viajantes amantes do frio que podem curtir a cidade e se aquecer com os vinhos e cachaças mineiras.
■Formas de ir para Maria da Fé
Para conhecer e desfrutar das belezas de Maria da Fé é possível ir de carro e ônibus para quem parte no Rio de Janeiro e de avião para residentes de São Paulo. No Rio de Janeiro existem as empresas de ônibus Viação Cometa e Cidade de Aço que realizam o trajeto até Itajubá, em Minas. A viagem dura 5 horas e custa em média R$160. Em Itajubá pode pegar outro ônibus que continue o caminho, de custo R$9,30, ou um táxi fretado que vá até Maria da Fé.
De carro a viagem é de 4hs para quem parte do Rio passando pela rodovia Presidente Dutra até a cidade de Lorena, em São Paulo. Em Lorena continuará pela estrada Lorena- Itajubá e chegará à divisa entre Minas e São Paulo onde entrará na rodovia Presidente Juscelino e, por fim, na rodovia MGC 383 que levará ao destino final. Haverá pedágios no caminho e o terreno é bastante sinuoso em certa parte.
Já para quem parte de São Paulo o aeroporto mais próximo é o de Guarulhos. No aeroporto de Guarulhos há escalas para Maria da Fé com duração de 2hs de viagem. As empresas LATAM, Azul Brazilian e Gol Transportes têm voos de custo R$300, ida e volta. Tanto o transporte rodoviário quanto o aéreo atendem as recomendações contra o COVID-19 e disponibilidade menor de assentos, então atenção aos viajantes de primeira viagem.
Planeje a sua viagem para Maria da Fé e aproveite!
Quando se pensa em destinos turísticos logo nos vêm em mente o Cristo Redentor, Centro de São Paulo, as praias do litoral nordestino, os lençóis maranhenses e outros, no entanto, deixam quase esquecidas e, por vezes, inexploradas as pequenas regiões longe das grandes capitais. As regiões afastadas da capital também possuem potencial turístico e, por vezes, são tombadas como patrimônios históricos e culturais.
De caso semelhante é a cidade Maria da Fé. Conhecida mais por ser a cidade mais fria, ela reserva muito mais do que isso. As suas plantações de oliveira produzem excelentes azeitonas que são estudadas e aprimoradas pelo campo experimental Maria da Fé e transformadas em azeites extravirgem que são comercializados e vendidos pelo Brasil todo.
O uso do papel reciclado surgiu como uma alternativa de renda das famílias depois da desvalorização da batata tornou-se obra prima de designer pelas mãos de Domingos Tótora. Percussor, Domingos Tótora descobriu e transmitiu aos moradores a nova utilidade de papel reciclado como também incentivou o uso da fibra de bananeira.
Para quem pensa que turismo e meio ambiente não se mistura, Maria da Fé prova o contrário, uma vez que tanto o estúdio Domingos Totora quanto a oficina gente de fibra reaproveitam de materiais considerados sem utilidade e utilizam como pano de fundo e cenário para suas pousadas e hotéis a bela natureza da Serra da Mantiqueira.
Outra personalidade digna de menção que seguiu os passos de Totora em relação à matéria- prima artística é João Paulo Raimundo. Natural de Maria da Fé e oriundo da oficina Gente de Fibra, se encantou pela técnica de papel machê (massa de papel picada, misturado com cola e gesso). Autodidata, descobriu sozinho um novo uso ao papel reciclado, formando primeiramente mandalas e à medida que se aperfeiçoava formava mobiliários que imitavam perfeitamente a madeira.
Ele não possui as premiações de Domingos Tótora, entretanto possui um ateliê onde expõe suas obras em Santo Antônio do Pinhal e outro ateliê em sua terra natal, Maria da Fé. Localizada na Avenida Dona Mariquinha Turquia, 3321, o ateliê não só mostra mobiliário como também quadros, garrafas e luminárias de igual beleza, um espaço que vale à pena conferir depois dessa grande onda pandêmica.
Um amante da cultura em geral. Adoro museus, livrarias, bibliotecas, teatros e pontos turisticos. Uma pessoa que gosta de viajar e de um bom livro por companhia.