Flor Dedaleira: saiba como cuidar e mais sobre desta planta tóxica!

A Dedaleira é uma planta herbácea de caule liso, ereto e lenhoso ou semi-lenhoso. É assim chamada em função de suas flores lembrarem a forma de um dedal, instrumento utilizado pelas costureiras a fim de protegerem seus dedos.

Com colorações diversas, podem ser encontradas tanto em tonalidades de branco quanto de rosa e roxo. Além disso, possuem pintas mais escuras em suas partes internas.

Nativa da Europa Ocidental, essa espécie vegetal é comum no Cerrado e em florestas de altitude. No país, atualmente ocorre de maneira natural nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. E, como suas raízes não interferem nas calçadas, a Dedaleira também tem sido instalada em jardins urbanos.

Confira abaixo, comentados, os aspectos mais relevantes sobre a flor Dedaleira. Entre eles: seus atributos medicinais, toxicidade, origem, dados referentes de sua história e os estágios pelos quais ela passa.

A flor Dedaleira abrange em sua composição uma substância denominada digitalina, cujo consumo em altas quantidades carrega o potencial de provocar arritmias irremediáveis e bloqueios no coração, os quais por vezes são fatais. A overdose de digitalina torna a visão amarelada e turva.

Os sintomas também incluem náuseas e vômitos. O ritmo cardíaco fica irregular ou retardado, com um número de batidas inferior a 60 por minuto, incapacitando o coração de bombardear o sangue rico em oxigênio de forma razoável pelo corpo durante esse período. Tal início de obstrução no órgão pode, enfim, resultar em uma parada cardíaca e, por conseguinte, em morte.

Como planta medicinal, a flor Dedaleira é sugerida para o combate de cardiopatias como anomalias cardíacas e até mesmo casos de arritmia. Isto porque a planta contém um elemento denominado digitalina ou digoxina, retirado de suas folhas ou flores.

A digitalina está presente em inúmeras medicações cardiotônicas, prescritas para o auxílio em tratamentos de insuficiências do coração. Os fatores de risco do uso, no entanto, incluem baixo potássio e magnésio, por um lado, e alto cálcio por outro, fazendo com que a planta deva ser administrada apenas sob supervisão médica.

A digitalina é especialmente usada no controle de doenças cardíacas, devido ao fato de as folhas da planta apresentarem alguns glicosídeos com efeitos potentes para o coração. Tais compostos químicos da flor Dedaleira, chamados de digitalina ou digoxina, contribuem na descarga do fluxo sanguíneo no coração. Além disso, aliviam possíveis arritmias no órgão.

A realização do exame de sangue é um processo que vira parte integrante da rotina ao longo da terapia para sinalizar possíveis toxinas em demasia. Tratando-se de diagnóstico, porém, os níveis para averiguar o sangue são úteis apenas passadas seis horas da última dose.

Consta que a descoberta do uso da flor Dedaleira como planta medicinal se deu há mais de mil anos atrás. Inicialmente a população europeia, em especial da Grã-Bretanha, utilizava a erva dedal como expectorante para sanar tosses, crises de epilepsia e inchaços nas glândulas linfáticas. A planta também funcionava para higienizar, estancar e cicatrizar machucados.

Entretanto, a planta Dedaleira foi usada na terapia de doenças cardíacas apenas no século XVIII. O uso da Digitalis purpurea para doenças cardiovasculares aparece retratado pela primeira vez no ano de 1785, por William Withering, um médico e botânico britânico.

A Digitalis purpurea não gera a flor Dedaleira durante seu ano inicial de vida. Nesse estágio, a planta toma a aparência de uma roseta com extensas folhas verde-escuras, sendo roseta, em botânica, a configuração através da qual certas folhas se dispõem de maneira a estruturar um círculo na mesma altura.

Algumas Dedaleiras são, ainda, revestidas por uma penugem de coloração branca e textura lanosa. No segundo ano de vida, enfim, se desenvolve, a partir da porção central da roseta, um formidável caule com grandiosas flores em forma de tubo. O tamanho aumenta do ápice à base e a floração dura por volta de um mês.

Para que a Dedaleira se desenvolva de forma satisfatória, existe a necessidade de atentar para alguns cuidados referentes ao seu manejo. Continue lendo para se informar quanto a detalhes como as condições ideias de iluminação, temperatura e umidade para o seu florescimento.

Sugere-se utilizar uma enxada para impulsionar a terra a se soltar e tornar possível misturar a adubação em uma cavidade de 30 cm. O processo garante que a terra seja fértil e esteja apta para enraizar a Dedaleira. É importante cavar aberturas com espaçamento de 60 cm a 1,2 m entre si.

Faz-se necessário que tenham largura maior que o dobro do tamanho de cada, com profundidade o bastante para que a raiz soterre. A plantação da flor Dedaleira deve ser realizada posicionando a raiz nas covas e batendo cautelosamente na terra, ao redor das bases dos caules.

A disseminação da flor Dedaleira pode transcorrer através de duas formas distintas: dispersão de suas sementes e divisão das plantas. Por meio deste último método, é necessário que as sementes sejam distribuídas pelo solo e encontrem circunstâncias favoráveis para se desenvolverem.

É possível recolher as sementes da planta para que haja a oportunidade do plantio em próximas primaveras, deixando as flores murcharem e retirando as sementes do caule que restarem na área central. Na multiplicação por separação da planta, ocorre a divisão dos ramos com a presença de raízes e a consequente plantação dos mesmos em novas covas, de maneira que a planta floresça.

A flor Dedaleira se beneficia mais de ambientes com maior sol ou sombra reduzida. Em caso de regiões com clima quente, aconselha-se optar por áreas que disponham de cobertura aceitável.

As Digitalis purpurea ascendem sem complicações independentemente da posição. O que vale tanto à plena iluminação, quanto à sombra completa. Porém, esta é uma espécie de planta que precisa se desenvolver a sol pleno. E, em locais com temperaturas de maior elevação, o cultivo deve se desenrolar em espaços com um pouco de sombra.

O solo ideal para cultivar a flor Dedaleira é aquele de maior umidade, profundidade e acidez. Dar preferência a locais com uma drenagem adequada é essencial.

Na adubação, deve-se manusear as sementes cuidadosamente. E evitar fazer a cobertura de maior quantidade do adubo após terem a semeadura, uma vez que elas necessitam de iluminação para germinarem.

A fim de auxiliar na nutrição da planta sugere-se, ainda, aplicar o adubo a cada primavera, bem como cobri-lo com uma camada de 5 cm de húmus a fim de impedir a proliferação de ervas daninhas.

As plantas Dedaleiras não precisam de água em abundância. As raízes dessa variedade de planta são propensas a sofrerem podridão em função da água e umidade em demasia. Assim, é interessante conferir se o solo garante a drenagem correta. Além disso, orienta-se evitar excessos ao regar a flor Dedaleira.

Por isso, a planta deve ser regada de maneira constante apenas quando a temperatura é bastante alta. Regá-la ao longo do verão é importante, principalmente caso não tenha chovido suficientemente ou se trate de uma área com clima quente.

Quanto ao clima, a flor Dedaleira se adapta especialmente bem a condições amenas, fazendo-se necessário cobrir a roseta caso os invernos sejam muito rigorosos. A proteção pode ser realizada com restos de folhas secas de outono. Isso irá garantir, como resultado, a proteção devida em relação a climas mais severos.

Em áreas com verões muito secos e intensos, o calor em excesso pode danificar a planta. De forma geral, as Digitalis purpurea crescem na sombra, embora apresentem melhor desempenho em temperaturas agradáveis.

Para assegurar o crescimento dos brotas, é essencial remover o caule do núcleo da flor Dedaleira. Como o caule necessita de maior quantidade de energia e de água, deve-se cortar a espiga da base de forma a permitir que a nutrição chegue ao caule menor e deixe a planta com maior homogeneidade.

Também revela-se imprescindível apoiar as plantas de maior altura. Caso seja esta a situação, então, há a necessidade de construir o sustento para impedi-las de fragmentarem, especialmente se a região contar com ventos em excesso.

Entre as cerca de 20 espécies diferentes que o gênero Digitalis compreende, estão: a Digitalis ferruginea, a Digitalis lutea e a Artic Fox Rose. Fique por dentro dessas e outras a seguir.

A Dedaleira enferrujada é uma espécie nativa da Hungria, Romênia, Turquia e Cáucaso. O termo em latim "ferruginea" significa “cor de ferrugem”, fazendo menção às suas flores. Esta planta, campeã do Royal Horticultural Society's Award of Merit Garden, forma uma roseta de alongadas folhas verde-escuras e carrega, no verão, pontas de flores marrons em forma de cubo.

Do mesmo modo que ocorre com as demais espécies de Dedaleiras, a ingestão de cada uma das porções desta planta pode gerar vômitos e extremos desconfortos. O contato com suas folhas também é capaz de propiciar reações alérgicas.

A Dedaleira de palha ou Dedaleira amarela pequena é uma herbácea nativa do oeste e sul europeu, e noroeste africano. Ao final da primavera e começo do verão, espigas de flores tubulares amarelas com manchas amarronzadas surgem, no interior da corola, a partir das rosetas de suas folhas.

Ocasionalmente, as flores podem nascer durante o verão até o outono. A Digitalis lutea cresce até 1 m de altura e recebeu o Prêmio de Mérito do Jardim da Royal Horticultural Society.

A Dedaleira amarela ou Dedaleira de flor grande é uma planta herbácea perene predominantemente encontrada em encostas quentes e densas, montanhas ou territórios remanescentes depois da extração de madeira. Suas folhas são verdes brilhantes com veios, cujo caule de floração pode alcançar entre 70 e 120 cm de altura.

As flores amarelo claro em forma de sino são espalhadas pelo caule, com 3 a 4 cm de comprimento e conservam um sinal reticulado marrom em sua parcela central. Na natureza, o florescimento das plantas ocorre em junho e julho.

Arctic Fox Rose é uma Dedaleira híbrida perene incomum que dá flores anualmente, ao invés de bienalmente como as outras Dedaleiras. Oferecendo aos jardins e demais ambientes em que estiver um deslumbrante e colorido toque arquitetônico, ela é capaz de transformar qualquer paisagem em uma exposição inspirada no design.

Graças à forma de flor encapuzada, os polinizadores que a visitam são protegidos durante a coleta de nutrientes pela área. O intervalo duradouro de floração garante que a Arctic Fox Rose exponha seu melhor lado ao longo de consecutivas semanas. Essa Dedaleira é resistente à geadas, veados e coelhos.

Cultivada no Reino Unido, a Apricot Beauty é uma planta modular de 5 cm que atinge uma altura de 1 m quando madura. Essas resistentes plantas perenes produzem extraordinárias flores de pêssego em meio a um vigoroso caule verde e florescem de julho a setembro.

Atraem muitas borboletas e abelhas, e certamente provocam um impacto memorável em recipientes ou bordas de jardim. Igualmente compõem buquês deslumbrantes e exalam um aroma encantador que pode ser apreciado em residências.

Seleção de Dedaleira com pontas altas de macios sinos lilases, cada qual manchada internamente por um roxo amarronzado. Seus botões iniciam com uma cor amarelo cremoso e florescem no primeiro ano de deadhead para impulsionar a hibernação.

As plantas têm melhor rendimento em um solo úmido e fecundo, podendo carecer de estancamento. E, em oposição aos outros tipos, as Dedaleiras Camelot florescem tanto em seu ano inicial como no segundo antes de porventura plantarem sementes e apodrecerem.

Candy Mountain é a primeira Dedaleira a ter flores voltadas para cima, no lugar das costumeiras direcionadas para baixo. Através deste novo ângulo, os observadores podem facilmente enxergar as belas e salpicadas gargantas dessas flores rosadas. São produzidas em hastes muito firmes e rigorosamente verticais no início do verão.

Esta variedade bienal molda volumosas rosetas de folhas verdes, longas e felpudas, das quais sobressaem numerosas pontas de flores. Parece especialmente vistosa quando semeada ao longo de cercas, bordas de madeira ou grandes recipientes.

Esta espetacular Dedaleira é, ao contrário de outras, uma legítima perene em climas brandos de inverno. Em decorrência de suas flores completamente estéreis que não geram sementes, a floração é notadamente longa.

De aparência excêntrica e densamente envolvida em caules robustos com muitos ramos laterais, representa uma brilhante adição às bordas de verão. Com uma forma rigidamente vertical e elevada, sua textura média combina com jardins. Embora, para uma composição eficaz, possa sempre ser equilibrada por um par de plantas mais finas ou espessas.

A Dalmatina Purple é uma seleção particular de Dedaleira que se desenvolve satisfatoriamente já no primeiro ano. Forma uma roseta baixa de folhas verdes, com elevadas pontas de sinos roxos lilases intensos, cada um manchado internamente com um roxo amarronzado.

As flores mortas no primeiro ano aparam as hastes das flores deterioradas na base da planta, incentivando a hibernação e um segundo ano de floração. Manifestam melhor desempenho em um solo rico e úmido, o qual permite que as plantas produzam sementes no segundo ano e possam semear para, de forma estritamente autônoma, produzir suas gerações futuras.

A flor Dedaleira rapidamente se alastrou pelos lares do país. De caráter ornamental, agrada esteticamente, consistindo no requinte de sofisticação capaz de aprimorar a decoração dos mais variados ambientes.

As plantas igualmente melhoram a ansiedade, o sono e a produtividade. Previnem complicações tais quais dores de cabeça, além de contribuírem no controle da umidade. Paralelamente às vantagens de se ter uma planta na própria residência estão, ainda, as de cuidá-la, tarefa a qual requer dedicação e paciência.

Nesse sentido, seu cultivo nos oportuniza uma reconexão, em meio a um estilo de vida desgovernado e imediatista, com o ritmo cíclico que rege a natureza, da qual somos parte integrante. E, caso você faça mais o perfil desatento, também não há por que se preocupar. Afinal, caso a Dedaleira murche, você pode ainda cortá-la a fim de reiniciar seu ciclo e fazê-la tornar a florescer.