Comidas típicas do Rio Grande do Sul: para conhecer e se deliciar!

A comida sulista agrada os mais diversos paladares e não é consumida apenas durante os períodos de frio intenso, como muitos pensam. É considerada uma culinária rica devido a grande variedade de ingredientes tradicionais da região, como o pinhão, e a versatilidade de como as carnes são utilizadas para o preparo de diversas receitas, por exemplo.

A riqueza dessa gastronomia também se dá pela forma rústica de preparo, como o churrasco utilizando o fogo de chão, que nos remete à preparação caseira e rural. A influência de diversas nações europeias, principalmente a italiana e a alemã durante o século XIX, foram fundamentais para o enriquecimento da cultura gastronômica local, mas também foi muito influenciada pelo estilo de vida do homem do campo e pelos indígenas, que viviam da caça e pesca.

Conheça aqui informações surpreendentes sobre as diversas comidas salgadas, sobremesas e diferentes tipos de bebidas deliciosas do Rio Grande do Sul.

Saiba aqui, as principais comidas salgadas que são típicas da região do Rio Grande do Sul, como o famoso churrasco gaúcho, o xis e beirute gaúcho, tainha assada, pratos utilizados com o pinhão, entre outras especialidades locais.

O churrasco é um dos pratos brasileiros mais famosos do mundo, possuindo forte tradição no Rio Grande do Sul. Popularizado desde o século XVII, o churrasco era feito em um buraco no solo e temperado com muito sal. Para preparar o churrasco gaúcho, a carne deve ser selecionada cuidadosamente, optando por uma de boa qualidade com gordura clara e de coloração vermelho-rosada.

A costela é uma das partes mais indicadas pelos preparadores de churrasco pelo sabor e maciez. O fogo deve ser preparado com antecipação, ativando o carvão para a formação das brasas. Os gaúchos deixam a brasa afastada da carne, mas com fogo alto, fazendo com que a carne cozinhe de forma adequada sem queimar e sem perder o gosto e maciez. O sal grosso deve ser colocado quando a carne estiver levemente cozida.

O xis gaúcho é um sanduíche característico pelo seu enorme tamanho, pela facilidade de comer e pelos recheios, que podem ser de pernil, cachorro-quente, bauru, carne de hambúrguer, etc. Apesar da estrutura semelhante, não é considerado como um hambúrguer, pois o pão tem ao menos 20 centímetros de diâmetro, sendo assim semelhante ao tamanho do pão sírio.

Por ser prensado, é possível colocar uma grande variedade de recheios e carnes dentro do pão. A carne utilizada pode ser de costela, coração de galinha, toscana, calabresa, linguiça, não se limitando apenas a típica carne de hamburger. Há ainda a opção vegetariana utilizada com shitake e outros tipos de cogumelos/legumes.

O recheio pode levar queijo, ketchup, mostarda, maionese, alface e ovo. O tomate vermelho, milho amarelo e ervilha verde também são usados no recheio e simbolizam a bandeira do Rio Grande do Sul.

A tainha assada é um prato gaúcho muito famoso feito na brasa, em que a carne do peixe é geralmente posta entre tiras de bambus para ser assada. É feito especialmente durante as festividades para a Festa do Mar e Nossa Senhora dos Navegantes, sendo bastante popular no litoral sul e no lago de Guaíba.

Costuma ser temperada com alho, limão, sal, pimenta e azeite de oliva ou na forma marinada.

O prato possui forte influência italiana e é uma das especialidades dos gaúchos. Popular especialmente na região da Serra Gaúcha, o Estado possui diversas galeterias. A carne do frango é assada na brasa após ter sido marinada em um tempero que é feito geralmente de alho, cebola, azeite, salsinha, sal, urucum e vinagre branco.

O prato pode vir acompanhado ainda com salada de batata, polenta frita ou cremosa e até mesmo capeletti, entre outras massas italianas.

Nativo da região Sul, o pinhão é um alimento extremamente popular e utilizado em muitas receitas tradicionais sulistas. O Rio Grande do Sul é um dos maiores produtores de pinhão, mas é também amplamente difundido em diversas regiões do Sudeste durante o inverno e período de Festa Junina. Era muito consumido pelos indígenas que precisam de energia rapidamente durante as atividades de caça e pesca.

Podem ser utilizados no arroz carreteiro, entrevero ou apenas como uma forma de aperitivo salgado. Pode ser preparado de forma assada e cozido, sendo a parte comestível da pinha encontrada na semente da Araucária. Possui também propriedades benéficas à saúde, pois é rico em energia e proteínas, minerais (como o ferro, cálcio, potássio, zinco, etc.), vitamina C e um baixo teor de gordura e sódio.

O arroz carteiro teve origem no sul do Brasil e é considerado um dos pratos nacionais mais consumidos. A carne de charque utilizada é desidratada e conservada devido a utilização de sal grosso. A carne bovina passa por um processo para ser desossada e é cortada em diversas tiras.

Também é coberta por sal e outros temperos. Sobras de churrasco também são bastante utilizadas para o preparo do arroz carreteiro, mas conferem igualmente um sabor delicioso. O prato foi inventado pelos carreteiros gaúchos que precisavam de energia e praticidade para o deslocamento, logo as sobras do arroz e das carnes formavam uma refeição deliciosa e ideal.

O prato entrevero é uma mistura de carnes e legumes que possui influência espanhola, mas se tornou típico na região sul do Brasil. A mistura de carnes geralmente é feita com linguiça calabresa, lombo de porco, frango, paleta bovina, bacon e coração de frango, enquanto que o tomate, cebola e pimentão compõem a mistura de legumes.

O entrevero pode ser preparado em uma frigideira e é considerado uma opção simples e deliciosa. Há ainda a opção de utilizar o pinhão para a preparação do entrevero.

Sendo considerado uma das especialidades da região do Rio Grande do Sul, a costela assada no fogo de chão possui um sabor incomparável, pois a carne fica macia e suculenta. O tempero pode ser feito com sal e cachaça.

Devido ao longo processo de preparo, que pode chegar até mais de oito horas para cortes grossos e compridos, novas adaptações dessa técnica surgiram para pequenas churrasqueiras domiciliares, em que a carne fica espetada ao lado da fogueira ou diretamente nela.

Ingrediente bastante popular no Rio Grande do Sul, o matambre é um tipo de carne bovina ou suína que é posta por cima da costela de boi, formando um 'recheio' de carne entre a costela e o costilhar. Também é considerado um prato típico dos países vizinhos, Uruguai e Argentina. O corte fica localizado na estrutura muscular do boi. O matambre também é marinado por seis horas antes de ser levado ao forno.

Tradicionalmente preparado pelos Guarani da região e rico em energia e nutrientes, a paçoca de pinhão com carne é um prato prático e delicioso feito com as misturas de pinhão cozido triturado juntamente com a mistura de carne, atualmente mais conhecido e muito preparado na região do Rio Grande do Sul. As carnes utilizadas podem ser lombo, bacon e salsicha assada.

Leva ainda cebolas roxas picadas, entre outros ingredientes. Para o tempero, utiliza-se azeite de oliva, sal, pimenta, cheiro verde e alho.

O galeto é um prato tradicional muito querido pelos gaúchos, havendo diversos restaurantes que apresentam o rodízio da carne de galeto assado na brasa, acompanhado de carne bovina, costela suína, buffet de salada e de sobremesa, até mesmo grandes variedades de massas e sopas, entre outras opções de deliciosos pratos típicos influenciados pela culinária italiana.

Já o rodízio colonial apresenta uma grande variedade de restaurantes que servem doces e salgados por um valor fixo. Pode ser considerado uma mistura de brunch, almoço, café da tarde e até mesmo um jantar, já que é uma mesa cheia de diversos tipos de iguarias, como pães, vinhos, tortas, bolos e diversos pratos típicos do Rio Grande do Sul.

Conheça aqui as diversas opções e ingredientes utilizados nos deliciosos doces típicos do Rio Grande do Sul, como o famoso bolo de cuca, pastel de santa clara, arroz doce e muito mais.

Vovó sentada é um tipo de petisco tipicamente gaúcho, não sendo muito conhecido em outras regiões brasileiras. O biscoito é crocante e é caracterizado pela sua forma em V. Pode ser uma excelente opção para comer com um café durante o lanche da tarde.

É encontrado em diversas padarias da região que oferecem o biscoito caseiro de alta qualidade, ou também encontrado em diversos supermercados no Rio Grande do Sul.

A cuca, originada na Alemanha, é uma sobremesa semelhante a um bolo que é tradicionalmente recheada de frutas (banana, uva, maçã e até mesmo abacaxi), mas pode ser encontrada também com chocolate, goiabada, doce de leite e até mesmo leite condensado.

O bolo é coberto por um tipo de farofa doce, crocante e amanteigada, além de possuir a massa leve, garantindo assim diversas opções de recheios. Também possui sabores salgados, como o de calabresa. Antigamente era um bolo muito servido durante a ocasião de Natal e Páscoa, mas atualmente é amplamente comercializado e preparado no Rio Grande do Sul.

O pastel de Santa Clara é um dos doces mais conhecidos do Brasil (especialmente durante o período de festividades da Festa Junina). Geralmente associado aos portugueses, esse pastel é muito popular no Rio Grande do Sul, sendo reconhecido pelo seu delicioso sabor de recheio de ovos açucarados e casca folhada muito crocante.

É encontrado em muitas padarias da região, sendo considerado uma excelente opção de sobremesa ou lanche para acompanhar com café.

O sagu de vinho tinto é uma sobremesa tradicional do Rio Grande do Sul com forte influência italiana. O sagu, bastante popular nos estados da região Sul do país, é feito a partir de uma farinha fina de mandioca e possui um sabor semelhante ao da gelatina e da tapioca.

O sagu de vinho gaúcho é considerado uma receita bastante econômica e pode ser servido com creme de baunilha, acrescendo em cremosidade, doçura e sabor ao sagu. É também uma opção de fácil preparo, podendo até mesmo ser feito com uma mistura de suco de uva com vinho seco.

A compota gaúcha é uma espécie de geléia doce em conserva cozida com açúcar e feita a partir de qualquer tipo de fruta, como o pêssego, morango, figo, maçã, mamão, etc. O preparo das compotas é muito simples e requer apenas a fruta desejada, água, açúcar e um pouco de suco de limão.

Essa receita é utilizada principalmente como uma maneira de utilizar as frutas que estão quase estragando para conservá-las, mantendo as frutas em pedaços. O sabor é delicioso e pode ser consumido com pães e biscoitos. Há ainda sabores que são misturados com vinhos, pimenta, canela, entre outros ingredientes que garantem um sabor único.

A ambrosia é um doce feito à base de ovos e açúcar, sendo enriquecido com especiarias, como o pau de canela. É considerada uma receita simples mas muito deliciosa, sendo um doce antigo desde os tempos da colonização. A ambrosia chegou à região por meio da imigração de famílias portuguesas e atualmente é considerada uma das sobremesas mais tradicionais do Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, preparado também em diversas festividades.

Mais conhecido para os gaúchos como 'arroz de leite', o arroz doce é uma receita muito típica no Rio Grande do Sul e muito presente em outras regiões do Brasil durante as festividades da Festa Junina. Costuma ser feita na região sul a base de leite de vaca, açúcar e canela. Apresenta outras versões feitas também com o leite de coco, leite condensado, podendo ainda ter toques cítricos com casca de laranja ou limão

A chimia é uma massa pastosa bem açucarada de fruta que todo gaúcho consome desde a infância, sendo esta uma das heranças culinárias da Alemanha. É usada como geleia sobre o pão ou biscoitos. Esse preparo com açúcar, que fica pronto após diversas horas de tacho no fogo, é muito útil durante os períodos de inverno ou fora do período de frutificação, pois a chimia pode ser conservada naturalmente até seis meses.

A diferença entre a chimia e compota está nas partes da fruta utilizadas. As frutas mais bonitas e conservadas eram destinadas às compotas, enquanto que as mais danificadas são utilizadas para fazer chima.

Descubra aqui as informações e curiosidades do famoso chimarrão gaúcho, entre outras bebidas populares na região do Rio Grande do Sul, como o mate, a canha, licores, cervejas e vinhos artesanais.

O mate é uma erva que é utilizada no Rio Grande do Sul, um dos maiores produtores do Brasil, para a preparação do famoso chimarrão. A erva, que apresenta um gosto amargo, contém substâncias que são semelhantes à cafeína, que servem como estimulantes naturais. Possui ainda propriedades diuréticas, digestivas, nutritivas e podem até ajudar a eliminar a fadiga.

O mate pode ser encontrado pronto para vender na forma de folhas moídas em qualquer mercado. A erva pode ser utilizada de diversas formas que vão além do chimarrão, como na preparação de receitas de bolo, biscoito, sorvetes, sucos e até mesmo bebidas alcoólicas.

A canha é um tipo de suco destilado do processo de fermentação da cana-de-açúcar. No Rio Grande do Sul, esse preparo é chamado também de "azulzinha" ou como “marisqueira”, possuindo destaque especialmente na região do Litoral Norte.

A canha permite a mistura de outras bebidas, como vinho e cerveja. Utiliza-se também no preparo da cachaça outros ingredientes para diversificar os sabores, como o abacaxi, mandioca, cascas de uvas e batata. O líquido da cana, denominado como garapa, é deixado para fermentar e depois é fervido em altas temperaturas.

O chimarrão é considerado a bebida mais famosa do Rio Grande do Sul. É uma espécie de bebida preparada com as folhas de mate e água quente, sendo um legado dos índios Guaranis. O preparo é feito em cuias refinadas e revestidas de metal ou também feitas de madeira. A bomba é uma espécie de canudo que também é feita de metal para beber o líquido da cuia.

Para preparar o mate na cuia, as ervas (podendo ser defumada ou preparada com mistura de outros chás) é cavada sempre do lado esquerdo. Depois é só acrescentar a água quente na cuia e beber. O chimarrão é rico em diversos sais minerais, vitaminas e é considerado um estimulante natural e ajuda até a combater a ressaca.

Há diversos licores, tanto de preparo industrializado quanto artesanal, que são consumidos e adorados no Rio Grande do Sul. Os preparos de licores para o consumo familiar possuem raízes da imigração italiana e alemã. A diversidade de marcas e sabores é imensa na região, havendo geralmente origem nos produtores de cachaças que utilizam os extratos para a produção dos licores.

A jurupinga, de origem portuguesa, é um dos licores famosos da região, produzido de forma artesanal e conhecido pelo seu sabor suave e adocicado.

O Rio Grande do Sul é o maior polo de fabricação de cervejas artesanais do Brasil, que vão além dos sabores de cerveja convencionais. A região abriga diversos festivais de chopes tradicionais tanto de cervejas brancas (Spritzbier) quanto das cervejas pretas. A produção de cerveja também possui forte influência na imigração alemã, e recebe turistas de todas as regiões do Brasil que estão interessados na qualidade e incrível sabor das bebidas.

Há diversas marcas e produtoras de cervejas na região, como a Baldhead, Ralf Beer, Barley Eisenbruck (havendo mais de 5 tipos de sabores artesanais e referência de qualidade) e diversas cervejarias que oferecem as bebidas, como a Cervejaria Abadessa.

A produção de vinho no Rio Grande do Sul é muito alta, havendo até uma região chamada Vale dos Vinhedos que faz parte da Rota do Vinho, cativando muitos turistas para a degustação de vinhos de altíssima qualidade. Com a imigração italiana em 1875, a produção de vinho gaúcho foi elevada a nível internacional.

Dentre as marcas e produtoras de vinhos, há a Merlot, que apresenta aromas frutados, Carbernet Sauvignon, sendo encontrada em todo território do Rio Grande do Sul, entre outras. O vinho produzido na região também se destina para a produção de brandy, uma bebida destilada de vinhos feita com uma imensa variedade de uvas.

Só na Serra Gaúcha, mais de 1,8 milhões de litros e 10 milhões de quilos de uva são utilizados anualmente para a fabricação dessas bebidas.

Saiba nesta seção as principais curiosidades de uma das mais famosas bebidas da região, o chimarrão, e características sobre a culinária rio grandense, que possui raízes alemãs e atrai pela sua peculiaridade e diversidade.

A culinária gaúcha possui diversas influências, mas está repleta de pratos e receitas tradicionais trazidas pelos imigrantes alemães, que chegaram na região por volta de 1824. Os cafés coloniais, queijo colonial, a chimia, a cuca, entre outros preparos foram introduzidos pelos alemães e sofreram algumas alterações conforme o tempo.

Por exemplo, a cuca alemã foi adaptada pelos gaúchos que passaram a utilizar também frutas tropicais para o recheio do bolo. Os próprios imigrantes quando chegaram no Brasil precisaram adaptar as técnicas de preparo, utilização de diferentes utensílios e até mesmo na busca de ingredientes compatíveis.

O chimarrão, um dos maiores símbolos do Rio Grande do Sul, é uma bebida de raízes da cultura do sul da América do Sul, como Argentina, Paraguai e Uruguai. Os povos indígenas aimarás, guaranis e quinchas foram os pioneiros do consumo e preparação do chimarrão.

A extração da erva-mate passou a ser considerada em algumas regiões da América do Sul uma forte atividade econômica a partir do século XVI depois da chegada dos colonizadores espanhóis. O chimarrão chegou até ser proibido no Brasil durante o século XVI pelos jesuítas, mas posteriormente passaram a incentivar o consumo.

Bergamota é uma das formas de se falar tangerina ou mexerica no Rio Grande do Sul. É apelidada na região como "berga". As frutas são produzidas em todo o estado, possuindo mais de quatro variedades de bergamota que são bastante saborosas. As bergamotas também são utilizadas para a preparação de sucos e sobremesas.

A culinária rio grandense é bastante rica e difundida no Brasil, mas poucos conhecem sua história e especialidades que foram originadas na região. Essa culinária pode ser considerada resultado da influência de diversos povos locais e europeus, sofrendo adaptações ao longo da história, o que garantiu diversidade e autenticidade.

A influência alemã, portuguesa e italiana durante o século XIX é uma das mais marcantes, trazendo o legado da cuca, pastel de santa clara, cervejas, chimia, galeto, etc. Para os admiradores de um bom churrasco, o Rio Grande do Sul é reconhecido como um dos melhores preparadores de carnes do mundo, sem mencionar a marca inconfundível da bebida chimarrão e o pinhão.

Explore as maravilhosidades gastronômicas do Rio Grande do Sul e surpreenda-se com seus sabores e história!