Peixe pintado: para aquário, onde encontrar, características e mais!

As pintas escuras distribuídas pelo corpo são a marca registrada do peixe pintado, que mora nas águas doce da bacia amazônica. O seu nome científico é Pseudoplatystoma corruscans, da família Pimelodídeos. Esse peixe impressiona por ser uma espécie esportiva e pelo sabor da sua carne.

A carne do pintado é uma das mais adoradas, com uma textura firme e ao mesmo tempo suave, branca e sem a presença de muitos espinhos, causa uma enorme aceitação do consumidor, além de uma ótima lucratividade no mercado.

Nesse artigo vamos conhecer as características do pintado e os equipamentos certos para a sua captura.

Além de nos conceder um alimento delicioso, o peixe pintado costuma ser uma espécie muito calma que resiste e tolera diversas temperaturas da água. Por razão disso, a criação desse peixe é indicada para iniciantes, já que é bem fácil de cuidá-lo. No entanto, é importante tomar cuidado com os ferrões que ele possui em suas nadadeiras. Confira a seguir tudo sobre essa espécie de peixe tão popular.

O pintado é um peixe de porte grande, portanto, não é recomendado ser criado dentro de aquários, sendo melhor colocá-lo em lagos ou em tanques especializados. Porém, é possível deixá-lo em um aquário com grandes dimensões no começo do seu desenvolvimento, enquanto ainda é pequeno.

A capacidade ideal é que seja a partir de 400 litros em diante, já que o pintado é uma espécie que cresce rapidamente. Para garantir o seu conforto, também é indicado que esse espaço seja coberto por plantas, pedras, troncos e areia.

Por ser um peixe bem adaptável, o pH da água do aquário ou tanque pode ser entre 6.0 e 8.0, com a temperatura alterando entre 24 e 28º C. Sempre deixe esses parâmetros em um nível estável para que o pintado não fique estressado.

Além de pintado, esse peixe também é chamado de caparari, surubim-caparari, loango, caçonete, cambucu, sorubí, sorubim e surubim. É uma espécie de peixe de coro, sem escamas e que vive em água doce. Apresenta barbilhões que nascem em seu maxilar e mandíbula, parecidos com bigodes.

O pintado possui um corpo roliço e alongado, que afina no sentido à sua cauda. A cabeça é achatada e grande, podendo medir entre 1/4 a 1/3 em relação ao tamanho do corpo, costuma ser mais larga do que outras espécies do mesmo gênero. Além disso, o seu abdômen também é achatado, possuindo uma cor mais esbranquiçada.

Esse peixe tem uma cor cinza, mas também um tom mais azulado. Depois da linha lateral de seu corpo, o pintado ganha uma coloração mais creme ou branca. Então, acima dessa linha lateral, essa espécie possui faixas que cruzam o seu corpo em uma tonalidade branca. Eles podem chegar aos 80kg e quase 2 metros de comprimento, porém, também é comum ver alguns exemplares menores que só chegam a 1 metro de comprimento.

O peixe pintado habita largamente na Bacia do Prata e Bacia do São Francisco no Brasil, passando por Argentina, Uruguai e Paraguai. Já no Brasil, essa espécie é vista nos estados do Mato Grosso, Minas Gerais, Alagoas, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco, São Paulo e Sergipe.

Normalmente são encontrados em calhas dos rios, em bocas de corrichos e embaixo de malhas de aguapés e camalotes.

O peixe pintado é ovíparo, e assim como outras espécies, fazem uma migração ao longo da piracema para realizar a desova. Sua reprodução acontece quando atinge a maturidade e alcança cerca de 50cm de comprimento.

As fêmeas geralmente estão prontas para reproduzir com 2 anos, e desovam uma média de 70 a 80 mil ovos por quilo. Já os machos conseguem se reproduzir com 1 ano e meio. A época da reprodução dessa espécie é entre novembro até dezembro, às vezes chega até fevereiro, dependendo da região em que se encontra.

Além disso, a reprodução do peixe pintado já é possível ser feita em laboratório, permitindo o crescimento da piscicultura.

Essa espécie cresce e ganha peso muito rapidamente, a cada 1,8 kg de ração que ele consome, é possível ganhar cerca de 1kg. Portanto, em torno de sete meses de cultivo o peixe pode chegar a 1,8 kg.
A produção do pintado garante uma grande rentabilidade, sendo possível realizar até uma safra e meia por ano. A criação dessa espécie pode garantir ao piscicultor em torno de 33% de lucro certo.

Se caso possuir uma produção comum de 4 mil kg de peixe pintado por hectare de espelho de água, o piscicultor responsável consegue chegar nesse resultado. A única exigência necessária são os 2200 alevinos, em torno de 2 kg cada, para garantir um rendimento de 2 mil peixes.

Hoje em dia, a pesca do peixe pintado é quase como se fosse arte, nem sempre usado só para a alimentação. Os pescadores mais profissionais consideram essa espécie exótica como um troféu por ser muito difícil de tirá-lo da água. Outros peixes também considerados como troféus na pesca esportiva são o pacu, dourado, cachorra e piauçu.

O peixe pintado descansa durante o dia, geralmente em poças grandes, em torno de 3 metros de profundidade, bem próximo a uma forte correnteza. Os seus hábitos são noturnos, tendo o costume de se mobilizar e se alimentar só durante a noite.

Por ter olhos pequenos, não consegue enxergar tão bem. Em razão disso, o pintado usa seus longos barbilhões para notar o que está ao seu redor e para caçar comida. O seu alimento preferido é pequenos peixes e crustáceos, mas também se alimenta de minhocas.

O surubim é um dos maiores peixes de água doce que vivem no Brasil, permitindo que a sua criação seja confinada ou solta, se adaptando bem em rios ou tanques. Além do pintado (Pseudoplatystoma corruscans), há também mais duas espécies muito populares: o Caparari (Pseudoplatystoma tigrinum) e o Cachara (Pseudoplatystoma fasciatum). Veremos mais a seguir sobre a diferença dessas espécies.

O caparari é uma espécie bem grande, sendo uma das maiores, capaz de chegar a mais de 1,30 metros de comprimento e pesar mais de 35kg. A sua cor é cinza-escuro nas costas, em direção ao ventre se torna mais claro e esbranquiça abaixo da linha lateral.

A diferença do caparari em relação as outras espécies são as manchas pretas irregulares, parecendo com um tigre, que se inicia na região dorsal e segue até abaixo da linha lateral. Esse peixe também possui um estreitamento da cabeça e a imagem de uma cruz na região frontal. Além disso, é importante tomar cuidado ao manusear o caparari, já que há espinhos em suas nadadeiras peitorais e dorsais.

O cachara é um peixe bem semelhante ao pintado, no entanto, a principal diferença entre as duas espécies é que o cachara não possui pintas redondas em seu corpo, mas possui riscos e listras. Seu habitat costuma ser na bacia amazônica, Araguaia, Tocantins e Prata.

O seu corpo é gordo e alongado, com uma cabeça grande e achatada. O seu tom é cinza escuro no dorso, chegando a clarear na direção do ventre e se tornando branca debaixo da linha lateral.

O que diferencia o cachara com as outras espécies é o seu padrão de manchas, possui listras verticais pretas irregulares, se iniciando na região dorsal e seguindo até abaixo da linha lateral. Às vezes, podem ter algumas manchas mais alongadas ou circulares no fim dessas listras.

Para conseguir pescar o peixe pintado, assim como qualquer outro peixe, é necessário conhecer sobre a espécie e se informar sobre as suas características. Desse modo, é muito mais fácil de encontrá-lo na água e antecipar os seus comportamentos durante a pesca. Veja a seguir as melhores dicas para pescar o peixe pintado.

Em razão do grande porte que o peixe pintado possui, é recomendável o uso de equipamentos mais reforçados, com ação média/pesada para que você esteja muito bem organizado. Um ponto muito importante é usar materiais de pesca de boa qualidade, considere varas para linhas que sejam de 15 a 45Lbs.

É obrigatório que os anzóis sejam encastoados com dimensões de 7/0 até 10/0. Já em relação ao molinete ou carretilha, é preciso guardar 100 cm de linha com cerca de 0,50 milímetros.

O peixe pintado é uma espécie carnívora, por conta disso, as suas iscas costumam ser salsichas cortadas em grandes fatias, massas e pedaços de pequenos peixes como os piaus, tuviras, lambaris, michocuçu e curimbatás.

No entanto, o pintado também ataca as iscas artificiais. Se caso prefere usar esse tipo de isca para pescar o surubim, dê preferência para as de meia-água ou fundo, com uma ótima barbela que seja capaz de caçar o peixe do fundo para a superfície.

Pelo motivo do peixe pintado ter uma pele de couro muito grossa, ele acaba sendo muito mais resistente na hora da pescaria, por isso é importante ter um cuidado especial em manuseá-lo. Como é um animal predador a sua puxada é bem forte, além disso, tem o costume de ir cada vez mais fundo quando é fisgado, pelo meio de galhos da vegetação e tornando a pesca mais cansativa.

Para conseguir a melhor chance de pesca-lo, se posicione perto de regiões com estruturas como pontes, calhas dos rios, ilhas, galhadas e árvores. Além de tudo, o peixe pintado nada a favor da correnteza, então procure ficar do lado contrário para que o animal seja atraído enquanto prepara a isca.

Como o peixe pintado possui hábitos noturnos, o melhor horário para a pesca é durante a noite, já que o animal fica mais agitado e existe mais chance de atacar a isca. Porém, se você prefere optar pela pescaria diurna, a melhor época para pescar o pintado é durante o inverno, entre os meses de junho e agosto. Diferente das outras espécies, esse peixe está mais agitado e mais favorável em atacar as iscas.

O pintado é um animal muito desconfiado conforme vai crescendo e o tamanho em que ele se encontra. Geralmente na pescaria, é muito comum que o anzol fique preso no rabo ao contrário da boca do peixe. Isso acontece porque, em muitas ocasiões, o surubim primeiro dá uma rabada para imobilizar a presa, antes de morde-la. Tenha cuidado e se prepare, pois a fisgada pelo rabo acaba sendo bem diferente.

É muito necessário prestar atenção aos ferrões laterais que o peixe pintado possui. A sua ferroada é muito dolorida e contém um tipo de veneno que precisa ser evitado, sempre deixando essa área específica do peixe bem longe do seu corpo.

Se o pintado for pequeno, você é capaz de agarrar firme essa parte para evitar que ele o fure. É por essa razão que é necessário o equipamento certo para pegá-lo, use alicates para segurar o peixe e também para retirar o anzol.

Não são apenas os equipamentos e as iscas que precisam ser consideradas adequadas na hora da pescaria, mas também é muito importante que esteja vestindo roupas apropriadas para se proteger dos raios solares e do clima.

Para evitar queimaduras, o ideal é usar uma camisa com proteção UV, além disso, dê preferência por roupas feitas com tecido dry fit, já que permite a respiração e a transpiração da pele em dias de frio e também em dias de calor.

Se caso for pescar o peixe pintado durante o inverno, escolha camisas de manga comprida. Por fim, use máscara, chapéu e óculos de sol com lentes polarizadas para completar a vestimenta.

O peixe pintado é muito popular no Brasil, tanto para a pesca esportiva quanto para a culinária. Na pescaria esportiva, por exemplo, é comum que os pescadores devolvam o peixe ao rio, o que é um erro, já que isso pode prejudicá-lo. Depois dele ficar muito tempo fora da água, é possível que falte oxigenação e o peixe pode morrer se for jogado muito rapidamente em seu habitat.

O ideal é retirar o anzol com delicadeza para não o machucar, e então, segurar o pintado na água por algum tempo a favor da correnteza, para que ele consiga se oxigenar aos poucos. Quando o peixe estiver pronto para nadar, ele próprio volta a se mexer com rapidez, sendo esse o momento certo para soltá-lo.

Já na culinária, o peixe pintado é bem proteico. Em uma porção com cerca de 100 gramas da carne dessa espécie, conseguimos encontrar 152 calorias, 2 gramas de gordura, 0% de carboidratos e 30 gramas de proteínas.

Enfim, dependendo do que desejar fazer depois de capturar o peixe pintado, é sempre importante conhecer muito bem a espécie e se preparar adequadamente para pescar o seu prêmio de pescador. Aproveite as dicas e se prepare para pescar o tão requisitado peixe pintado!