Planta Tiririca: como controlar a erva daninha, os tipos e mais!

Planta Tiririca: como controlar a erva daninha, os tipos e mais!

Se você quer saber mais sobre a planta Tiririca, confira neste artigo dicas de prevenção e remoção, tipos de espécies, suas características e herbicidas.


Já ouviu falar na planta Tiririca?

Mulher analisando a planta com luvas de jardinagem.

A Tiririca ou Tiririca roxa é uma espécie de planta daninha distribuída mundialmente e que se encaixa entre as mais agressivas, reprodutivas e, consequentemente, mais difícil de ser controlada. Mesmo em regiões inóspitas, a planta Tiririca tem grande potencial de sobrevivência.

Pertencente a família Cyperaceae, que possui aproximadamente três mil espécies, a Tiririca produz tubérculos subterrâneos que aumentam sua capacidade de disseminação, visto que por sementes é pouco relevante. Originou-se no continente asiático, foi introduzida no literal do país por navios portugueses na era colonial e se espalhou rapidamente no Brasil, bem como no restante do mundo.

As plantas desta espécie aguentam qualquer tipo de clima e solo, portanto, elas nascem e multiplicam-se durante o ano todo. Além disso, elas também são resistentes a herbicidas, sendo assim, é importante tomar medidas de prevenção. Continue lendo para entender melhor.

Informações básicas da planta Tiririca

O Cyperus Rotundus no campo, durante o dia.


Nome CientíficoCyperus Rotundus
Outros nomesTiririca-roxa; Tiririca-comum

Origem

Continente asiático
Porte15 a 50 cm
Ciclo de vidaPerene
FloraçãoAnual
ClimaTropical; Subtropical; Temperado


As espécies de Tiririca caracterizam-se por produzirem tubérculos subterrâneos de nozes que são comestíveis e se assemelham ao gosto das amêndoas, porém mais amargas, que são interligados a bulbos, rizomas e raízes.

O bulbo é comum em plantas perenes e é por ele que se inicia o processo rizomatoso. Já o rizoma, é semelhante ao bulbo. Mais especificamente, é por meio dele que a planta se ramifica.

O caule desta planta herbácea possui o formato triangular e é da cor verde, assim como suas folhas. Sua inflorescência, que predomina durante todo o ano, é do tipo espigueta e da cor castanho-avermelhada.

Como controlar a planta daninha Tiririca

Ferramentas de jardinagem no fundo escuro.

As plantas daninhas em geral, são prejudiciais a qualquer tipo de plantação por se alimentarem dos nutrientes do solo que deveriam ser destinados a vegetação. Porém, a Tiririca, que é amplamente multiplicada, é uma das mais difíceis de dominar. Sendo assim, além de muito resistente, inclusive a produtos químicos, esta planta se propaga desenfreadamente.

Controlar a Tiririca pode não ser uma tarefa fácil pois esta planta é muito resistente, mas existem alguns truques que surtem efeito e que podem ser aplicados para esta finalidade. O primeiro passo é calcular o tamanho da infestação e procurar a ajuda de um profissional. Confira mais algumas dicas a seguir.

Como previnir a Tiririca

A prevenção contra a Tiririca se inicia desde a preparação do solo. É necessário atentar-se a terras adubadas de outros terrenos antes de misturar ao seu, pois pode conter ramificações da Tiririca que irão se instalar rapidamente junto ao solo. Observe também se não há nenhum tipo de tubérculo que pode ser proveniente da Tiririca.

Com as mãos ou com o auxílio de uma pá pequena, é possível fazer uma inspeção mais detalhada no solo. Outra dica importante é cobrir o solo com palha ou serragem que evitam o surgimento desta e de outras plantas daninha. Vale lembrar que, a limpeza das ferramentas utilizadas no plantio também é essencial.

Remova a Tiririca cedo

Além de observar e identificar tubérculos de Tiririca, que podem ser trazidos por animais, verifique se há sementes recém-germinadas, pois quando ainda jovens, estas plantas são de fácil remoção e podem ser arrancadas com as mãos.

O diagnóstico precoce da infestação é extremamente importante para que não haja tempo de proliferação. O ideal é fazer a manutenção e observação do solo periodicamente para constatar se não há sinais da Tiririca.

Animais podem ajudar a remover a Tiririca

Animais, tais como, porcos, gansos, perus e galinhas alimentam-se de nozes provenientes da Tiririca e podem ajudar a eliminar os tubéculos antes mesmo da sua germinação.

Já os animais herbívoros como vacas, cavalos e ovelhas possuem uma dieta baseada em plantas, especialmente gramas, portanto, também podem ser úteis na remoção da Tiririca, mesmo depois de germinadas.

Remova a umidade do solo

A Tiririca, apesar de resistir a qualquer tipo de clima, não aprecia momentos longos debaixo de sombra. A sensibilidade é sentida principalmente pela parte que fica exposta acima do solo. Portanto, o ideal é mantê-la mais afastada possível da luz solar.

Existe uma tática que se chama solarização que controla o avanço da Tiririca a partir da sua raíz, visto que, a mesma pode chegar até 40 cm de profundidade. Esta técnica funciona basicamente cobrindo o solo com um plástico escuro, que por sua vez, aquece o solo e o protege da entrada de luz. O aquecimento do solo, mata as sementes e impede a proliferação.

Ache uma forma de manter a Tiririca fora de seu jardim

É de suma importância pontuar que a Tiririca forma aproximadamente 40 toneladas de massa verde por hectare, para isso ela usa mais ou menos 200 kg de nitrogênio, 250 kg de potássio e 50 kg de fósforo, todos retirados do solo. Sendo assim, a planta Tiririca acaba com plantações, jardins e hortas rapidamente. Então, o ideal é procurar por metódos eficazes de controle e aplicá-los assim que possível.

O mais recomendado é inspecionar se não há sinais de tubéculos, que podem ser trazidos por animais, pneus, sapatos e por adubos. Vale ressaltar que esta é a maneira mais provável de contaminação pela planta daninha Tiririca. E como já mencionado, a melhor forma de proteção é a precaução.

Herbicidas para controlar a Tiririca

Jardineiro pulverização a cerejeira contra pragas e doenças.

A Tiririca é fisiológicamente eficiente, portanto, muito difícil de conter. Para afastá-la de plantações, o ideal é manter um sistema de controle com várias opções de contra ataque. Pois quanto mais táticas de combate serem utilizadas, melhores serão os resultados.

Apesar de serem hábeis, os herbicidas possuem efeito temporário, principalmente em épocas de cultivo, pois é preciso ir a fundo e estes produtos precisam se translocar na rede de tubéculos da Tiririca, já que a mesma pode chegar a 40 cm de profundidade.

Mesmo assim, servem como um dos métodos de gerenciamento de infestações.Portanto, confira a seguir alguns dos herbicidas mais efetivos utilizados nestas situações, tanto em pré como em pós emergência .

Bentazon

O Bentazon é um herbicida considerado seguro pois não afeta alguns tipos de plantações de alimentos, visto que somente danifica plantas que não são capazes de metabolizar a química. Os produtos que contém Bentazon, liberam gases tóxicos se expostos a altas temperaturas. É amplamente utilizado em plantações de milho e é de rápida absorção foliar.

Carfentrazone

Este é outro herbicida potencialmente eficaz. É comumente utilizado em plantações de cana-de-açúcar e arroz com infestação de planta daninha. Pode ser associado a outros herbicidas.

A ação de dessecação é extremamente rápida e os resultados podem ser notados no mesmo dia da aplicação. A morte das plantas daninhas podem ser constatadas na primeira semana.

Ethoxysulfuron

Herbicida muito utilizado para o controle de plantas daninha - especialmente as que possuem folha larga - em plantações de arroz, beterraba, feijão e soja. Também é seletivo e não atinge o cultivo. Age diretamente na raíz e se espalha para o restante da planta. É recomendado para uso nos períodos em que o solo está bastante úmido.

Sulfentrazone

Atinge principalmente as espécies de Tiririca-roxa e amarela recém-germinadas. É rapidamente metabolizado e pode ser usado como pré e pós-emergência. Também controla vegetações fora da agricultura, como as que ficam a beira de estradas e ferrovias. Com apenas uma dose mínima deste produto é possível conter as plantas daninhas.

Diclosulam

Por fim, o herbicida Diclosulam, é costumeiramente utilizado em plantações de soja e não agride a cultura, porém, age somente como pré-emergência e não como pós. Pode ser combinado a outros herbicidas.

Para todos os herbicidas citados anteriormente, existe um limite de aplicação e de doses. O uso destes produtos deve ser gerenciado por um engenheiro agrônomo. Durante e até completar vinte e quatro horas após a aplicação, é necessário utilizar traje de proteção adequado para visitas ao local.

Outros tipos de Tiririca

Existem outros tipos de espécies do gênero Cyperus, todas elas da família Cyperaceae, que são muito complexas e comprometedoras, principalmente pela sua fácil proliferação e alta resistência a produtos químicos. Estas plantas daninhas se caracterizam pela sua reprodução que além de sementes, pode ser através de tubérculos, bulbos e em alguns casos, rizomas. Veja abaixo as mais comuns.

Cyperus difformis

A planta Cyperus difformis vista de frente.

A Cyperus difformis é uma planta herbácea que é composta por três brácteas verdes, uma mais alta, uma menor e a outra pequena. A base destas brácteas é da cor avermelhada. Sua inflorescência varia de amarelo a castanho escuro.

Esta planta, comumente encontrada no sul do Brasil, também é conhecida como Tiririca do Brejo ou Junquinho, e é nativa de Portugal. Invade frequentemente as culturas de arroz, maçã, fumo, entre outros. Aprecia lugares úmidos, pantanosos e inundados.

Cyperus esculentus

A planta Cyperus esculentus espalhada no campo.

Esta planta herbácea e perene possui um caule triangular que não apresenta pelos. As folhas que partem da base da planta tem formato rosulado. Sua inflorescência pode conter até seis brácteas.

Distribuída em lugares com clima tropical e temperado, a Cyperus esculentus é uma das mais difíceis de controlar pois, além de se propagar por sementes, ela se espalha por bulbos, rizomas e tubéculos, que ela mesma produz. Popularmente conhecida no Brasil como Tiriricão ou Tiririca-amarela. Ataca, principalmente, plantações de arroz irrigado.

Cyperus distans

Esta espécie herbácea, que se desenvolve em todo o país, se caracteriza por possuir um caule curto e rizomatoso. Pode conter até dez brácteas. Sua inflorescência é da cor castanha.

A Cyperus distans ou Cyperus delgado é conhecida como Tiririca-de-três-quinas, justamente pela sua inflorescência triangular, ou como Junquinho. Aprecia pântanos, terrenos úmidos e abandonados. Agride culturas de arroz na maioria das vezes.

Cyperus flavus

A planta Cyperus flavus próxima de um lago.

Encontrada em todo o Brasil, esta espécie herbácea se prolifera por sementes e rizomas. Se parece muito com a Cyperus distans e também é chamada de Junquinho ou Junça. As cores da sua inflorescência, variam de verde-amarelada a castanho. Apresenta crescimento radial. As folhas da base desta planta também possuem formato rosulado. No ápice, sua inflorescência pode conter até dez brácteas.

Cyperus iria

A Cyperus iria , também chamada de Junça, é uma espécie herbácea que não possui rizomas em sua estrutura, mas sim, perfilhos, que são ramos laterais formados a partir de gemas axilares. Esta planta é um pouco mais incorpada e grossa em comparação com as outras.

O caule é característicamente liso e de formato triangular. A inflorescência de cor amarelada, pode conter até oito brácteas. Sua propagação é mais lenta pois ocorre apenas por sementes. Geralmente cresce em plantações de arroz. Pode ser encontrada no mundo todo.

Cyperus odoratus

A planta Cyperus odoratus vista de perto, durante o dia.

Por último, Cyperus odoratus, que é conhecida como Chufa ou Capim-de-cheiro, nome que se dá graças ao cheiro agradável que o seu rizoma apresenta. Encontra-se nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, geralmente em locais úmidos e com lama. Seu caule não possui pelo, é do formato triangular e da cor verde. Sua inflorescência é da cor amarela e pode conter até nove brácteas. Se propaga através de rizomas e sementes.

Remova a planta Tiririca e proteja o seu jardim!

Indivíduo no jardim removendo as ervas daninhas.

Como mencionado anteriormente, as plantas daninhas Tiririca, se alimentam de todos os nutrientes dispostos pelo solo, e não permitem que a vegetação ao redor receba parte desses nutrientes, o que acaba por prejudicar seu desenvolvimento. Este é um problema enfrentado por milhares de pessoas ao redor do mundo.

O recomendado para os cuidadores de plantações, jardins e pomares é optar pela prevenção, pois uma vez que houver germinação, o combate contra essas plantas pode ser cansativo e sair caro, caso tenha que recorrer a herbicidas.

Além disso, os herbicidas são soluções temporárias, visto que existe um tempo certo no cultivo para aplicá-los e um limite de aplicações. O ideal seria aplicar antes da preparação do solo e nunca em períodos de muito estresse, que é uma reação a condições ambientais que desfavorecem o desenvolvimento da vegetação, pois isso reduz a eficácia do produto.

Então, se você quer que o seu jardim e suas plantações cresçam saudáveis, crie um sistema de prevenção e controle, conforme exposto neste artigo, e proteja-os. Pode parecer que não, mas com determinação e estratégia, é possível conter a propagação da Tiririca.

Autor deste artigo

O que eu mais amo além de ler um bom livro, é escrever. Pesquisar e explorar coisas novas para mim é uma arte, por isso escolhi a Pedagogia como formação. Amo viajar, experimentar e compartilhar minhas experiências. Sinto que estou constantemente correndo contra o tempo em busca do novo.

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