Como plantar feijão: na terra, no algodão, tipos e muito mais!

Plantar feijão é muitas vezes a primeira experiência agrícola que temos, ainda nos primeiros anos do ensino fundamental. Porém, não tem nada de infantil ou despretensioso nessa atividade. Isso porque, além das crianças, diversos agricultores plantam feijão como forma de renda. Além disso, a produção em baixa escala do feijão também é muito usual dentre agricultores familiares.

Isso se dá porque o feijão é a base da alimentação brasileira, e dificilmente encontramos alguma família que não utilize o feijão diariamente na sua dieta. Por isso, reservamos para você todas as dicas necessárias para se plantar o feijão e dispor desse alimentos todos os dias. Você vai ver que plantar feijão é tão fácil quanto era nos tempos de escola.

Existem muitas formas de se plantar feijão. A mais conhecida por nós é no algodão, mas existem ainda formas como o enxerto ou mesmo a plantação diretamente na terra. Além disso, é possível plantar feijão mesmo em um pequeno papel toalha úmido. Incrível, não é?

São muitas as formas de se obter esse alimento no seu cardápio familiar todos os dias, mas cada uma requer um cuidado e uma atenção diferenciada. Veja aqui quais são eles.

O famoso feijão em algodão é uma forma muito conhecida e querida de se plantar esse alimento. Isso porque, além da facilidade, rememoramos nossa infância e temos um nível de identificação com o processo do cultivo. Afinal, começar uma horta do zero e sem experiência é uma tarefa apreensiva, mas o plantio do feijão em algodão nos dá uma segurança e uma familiaridade maior com o processo.

Para plantar desse modo, é necessário uma pequena porção de algodão, apenas o suficiente para envolver por completo o seu grão de feijão. Depois disso, basta colocá-lo em um pequeno recipiente ou mesmo um vaso e aguardar em iluminação indireta. Isso porque muito sol pode prejudicar a planta na sua germinação.

Dentro de uma semana você já verá uma pequena haste verde com duas folhas no topo. Lá está o seu pequeno pé de feijão.

Já para plantar o feijão diretamente no vaso, o processo é um pouco mais cuidadoso, especialmente para quem não dispõe de experiência agrícola. Porém, é nada difícil. Somente é preciso se atentar para questões como: a iluminação, a composição da terra e a incidência solar sob a qual o seu vaso será submetido. Ainda sim, o processo é considerado um dos mais fáceis quando se trata de horta familiar.

As especificações de luz, terra e sol estão melhor descritas abaixo. O importante é saber que, para plantar o feijão em vaso, busque deixar a terra úmida antes de inserir o grão. Escolha um feijão bonito e sem lesões, e plante-o 0,5 centímetros para baixo da terra. Se possível, deixe o feijão com a bandinha maior para cima, pois é dela que surgirá a haste.

Atente apenas para não afundar muito o feijão na terra, ou mesmo para não apertar muito a terra por cima do feijão depois de inseri-lo no vaso. Isso pode dificultar sua germinação. Em menos de uma semana o seu feijão já dará luz a uma pequena e bela planta.

Como se trata de um feijão que está no prato dos brasileiros praticamente de maneira contínua, já é de se esperar que o seu pé de feijão consiga produzir de diferentes momentos do ano, ainda que haja um momento em que a colheita é mais profícua. Isso acontece com todas as plantas, que têm sempre um período de maior safra.

A melhor época para o plantio do feijão é no chamado período das águas, isto é, dentre os meses de setembro e novembro, assim que passado o inverno e as chuvas do fim da primavera e do início do verão tornam a cair nas diferentes regiões do país. Porém, também é possível replantar os seus feijões no período da seca, entre janeiro e março, em que ele será colhido nos meses de menor constância das chuvas.

Existe ainda uma terceira época para se plantar o feijão: de maio a julho. Nesse período, é essencial que se mantenha maior atenção e cuidado principalmente com a rega, para que seu feijão cresça saudável.

Por ser um grão que está na mesa brasileira constantemente, é de se esperar que o feijão cresça com facilidade no solo brasileiro. Apesar disso ser verdade, esse fator não isenta o produtor rural ou familiar de ter um cuidado especial no preparo da terra para o seu feijão, como acontece em qualquer plantio de hortaliças e leguminosas.

A terra para o feijão deve ser um solo rico em matéria orgânica, além de muito calcário e zinco. Para isso, procure guardar as cascas dos alimentos que você consome diariamente para despejá-las na sua horta. Além disso, procure adquirir um saco de terra enriquecida com húmus de minhoca, isso fará com que seu feijão cresça com muita qualidade, além de produzir mais grãos.

Ainda que seja possível a germinação do feijão em algodão, somente esse material não é suficiente para prover todos os nutrientes que essa planta necessita para o seu crescimento e produção de suas vagens. Isso significa que, depois de germinado, o feijão do algodão precisará ir para um vaso com uma boa terra rica em compostos orgânicos.

Assim, após 2 semanas de germinação do seu feijão, já é tempo de transplantá-lo para o vaso. Enquanto ele ainda está no algodão, busque preparar um vaso não muito pequeno, com ao menos 10 centímetros de largura, para que as raízes do feijão se acomodem e não fiquem restritas aos limites impostos pelo vaso. Caso contrário, ele não se desenvolverá da melhor maneira possível.

Após isso, faça um pequeno buraco no meio da terra e gentilmente insira o broto de feijão, cobrindo novamente as raízes com a terra. Regue um pouco para garantir que as raízes se acomodarão com sua nova casa.

Ainda que se trate de uma planta de fácil manuseio e com ótimas chances de germinação em diferentes tipos de solo, ainda sim existem algumas dicas para que seu pé de feijão cresça saudável e dê a maior quantidade de grãos possível. E é isso que queremos te ajudar a conseguir com os truques que deixamos abaixo.

Para o feijão crescer de forma saudável, ele necessita do sol, como qualquer planta. Isso porque, antes de produzir suas vagens, que envolvem os grãos de feijão, a planta primeiro desenvolve suas raízes de forma firme e prolongada no solo. Para que esse processo se dê com maior desenvoltura, as folhas precisam de muito sol para realizar a fotossíntese, processo fundamental no desenvolvimento das raízes.

Ainda sim, o feijão é uma planta sensível aos raios solares muito fortes, principalmente do sol da tarde. Assim, cuide para que seu feijão receba prioritariamente uma iluminação indireta, podendo também receber os raios de sol diretamente no período da manhã. Porém, mude seu vaso de lugar para que o sol da tarde não atinja as folhas do feijão de maneira prolongada.

O feijão é um grão que necessita de uma boa quantidade de água, principalmente no período próximo à colheita. Isso porque é nesse momento que as vagens produzirão os feijões, e a rega será determinante para o bom desenvolvimento. Além disso, a planta toda é composta de caules herbáceos, ou seja, aqueles caules que não são totalmente lenhosos, e portanto são compostos de uma quantidade maior de água.

Por esses fatores, o feijão necessita de uma rega constante. Uma vez por dia é o suficiente para o desenvolvimento satisfatório do feijão. Porém, não é necessário encharcar a terra. No dia seguinte da rega, observe se o solo permanece úmido. Caso sim, diminua a quantidade de água. O ideal é que o solo permaneça molhado apenas durante 1 dia, para que as raízes não apodreçam com o excesso de água.

Assim como foi dito anteriormente, o período das águas é o período mais propício para o plantio de feijão. Logo, esse alimento gosta de muita umidade no solo, além de uma temperatura mais elevada, entre 20ºC e 30ºC, portando climas de até 34ºC caso haja uma boa irrigação das suas raízes. Porém, em climas mais quentes, é muito importante atentar para regar apenas as raízes, para não queimar as folhas.

Ainda sim, é possível plantar os feijões em períodos de menor umidade do ar. Para isso, aposte em métodos que proponham uma rega mais constante, mas em menor quantidade. Isso fará com que a sua planta fique sempre hidratada, mas sem correr o risco de morrer afogada.

A propagação do feijão se dá essencialmente pelas sementes, isto é, pelos grãos que consumimos. Inclusive, é possível plantar mesmo os feijões que compramos em mercados, pois o processo industrial não retira sua capacidade de germinação.

Outros métodos de propagação como o enxerto, ainda que possíveis, são pouco utilizados, dada a facilidade de germinação pelas sementes, além da abundância de grãos que essa planta proporciona.

Por isso, opte sempre por iniciar o cultivo desse grão pelas sementes, e replante com as próprias sementes que nascerem dos pés antigos. Isso produzirá uma horta completamente orgânica e saudável.

Existem duas principais doenças que são comuns nos plantios de feijão em grande escala. Isso porque, para além da horta, a produção em grandes fazendas torna a atenção mais diluída, sendo difícil controlar cada planta. Por isso, saiba que esse problema é menos comum em hortas familiares. Ainda sim, é importante conhecer e saber como tratar esses casos.

Os principais agentes externos capazes de adoecer o feijão são: os vírus, capazes de causar a virose do feijão (e tem como principal vetor as moscas brancas), e as bactérias, causado principalmente pelas bactérias chamadas "Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli" e "X. fuscans sus".

Para se prevenir do vírus, o mais indicado é adquirir mudas que já sejam resistentes a esse agente. Porém, caso ainda sim haja a infestação, é possível utilizar insecticidas para se prevenir das moscas brancas que o trazem. Já no caso das bactérias, recomendamos a aplicação de cúpricos na lavoura, que podem retardar o aparecimento dos sintomas.

A adubagem do feijão é realizada primeiramente com a matéria orgânica presente no solo, ainda antes de se plantar por definitivo o broto na terra. Ainda sim, é indicado o uso de mais húmus de minhoca nessa terra todos os meses, para fortalecer o desenvolvimento da planta. Além disso, recomenda-se a utilização de esterco bovino, ou ainda esterco de galinha.

Para isso, basta utilizar o esterco bovino curtido por ao menos 2 meses, para que o excesso de acidez do material se dissipe. O esterco de galinha por ser curtido por apenas 2 semanas, já sendo próprio para a utilização nas raízes do feijão.

A colheita do feijão depende do seu bom cultivo. Porém, quanto mais regradamente forem seguidas as dicas expostas, mais rápido será possível colhê-lo. Em geral, um bom plantio resulta numa colheita feita de 80 a 100 dias após o transplante para a terra ou para o vaso.

Ainda sim, isso também pode variar a depender do período que se planta. No período das águas, o cultivo beira os 75 dias. Já na época da seca, o feijão pode demorar até 4 meses para poder ser colhido. O ideal é sempre plantar em bastante quantidade para se ter feijões para todo o ano.

Ainda que o feijão seja extremamente presente na dieta brasileira, sendo uma das suas principais fontes de proteínas e fibras, existem muitas variedades do feijão, e conhecê-las pode fazer com que sua dieta seja ainda mais rica e completa. Isso porque, o alto custo de algumas variedades pode torná-las uma ótima opção para plantar em casa. Aqui, trouxemos 13 variedades de feijão para você conhecer.

O feijão carioca, também conhecido como feijão carioquinha, é o mais consumido e conhecido do país. Essa variedade representa 85% das vendas de feijão no país. Ao mesmo tempo, ele representa o feijão mais produzido e de menor custo no mercado, fazendo-o ainda mais agradável para a maioria dos brasileiros.

Dotado de um tonalidade bege e com listras marrons, esse feijão nem sempre foi o mais consumido no país, e se consolidou de fato na mesa brasileira na década de 70, permanecendo até hoje. Essa variedade tem um gosto muito marcante e agradável, apesar de não ser muito forte. A casca fina auxilia no seu cozimento, sendo utilizado menos gás para o preparo.

Além disso, suas cores chamativas o tornam muito bonito para o seu prato, além de que é muito fácil separar poucos grãos ruins que vem junto no pacote.

Ainda que o anterior se chame "carioca", o feijão típico do Rio de Janeiro é o feijão preto, que também é muito apreciado no Rio Grande do Sul. Porém, ele é conhecido por todo o país como o ingrediente chave da famosa feijoada brasileira, além de ser presente em pratos típicos da culinária mexicana.

Esse feijão é muito indicado para o plantio principalmente na época das secas, pois sua alta resistência promove uma colheita farta mesmo em períodos de menor constância fluvial.

O feijão branco é o primeiro da nossa lista de feijões um pouco mais desconhecidos da mesa brasileira, ainda que ele seja muito apreciado em regiões específicas do país, como no nordeste. Isso se dá porque o plantio desse feijão é menos comum, tornando seu valor de mercado um pouco mais alto em algumas regiões.

Porém, esse feijão é muito consumido em receitas típicas. Além disso, é servido com dobradinha, que também fica uma delícia.

O famoso feijão de corda. O feijão fradinho é muito utilizado em saladas, pois sua casca grossa e sua resistência à água faz com que esse produto seja um pouco mais difícil de criar caldo. Porém, sua textura ao dente é muito gostosa de se servir junto de alface ou mesmo de leguminosas. Com um sabor marcante e um pouco frutado, a Bahia é famosa por utilizar essa variedade em um dos seus pratos mais típicos e famosos: o acarajé.

Outro feijão muito apreciado em saladas é o feijão cavalo. Isso porque, assim como o fradinho, ele não forma muito caldo e ainda se mantém um pouco firme mesmo depois de cozido. Ainda sim, seu sabor é muito marcante e apreciado nas regiões centro-oeste do país, sua maior área de produção e exportação. De coloração avermelhada e por vezes marrom, o feijão cavalo é presente em acompanhamento de churrasco.

O feijão rajado tem uma aparência parecida com o feijão carioca, podendo ser confundido. Porém, seu gosto é muito diferente do carioquinha. De coloração também listrada, a cor base do feijão rajado é de um bege um pouco mais claro, e suas listras têm a aparência de raios, daí o nome. Com um gosto um pouco mais adocicado, o feijão rajado é muito conhecido por todo o mundo, e tem seu consumo focado principalmente nas regiões da Ásia.

Já o feijão jalo é um pouco mais famoso no Brasil, ainda que seu foco de produção seja também nas regiões da Ásia menor e central. De um formato mais alongado, sua coloração é uniformemente marrom-clara, e seu caldo é muito grosso e firme. Sendo assim, esse feijão é utilizado para engrossar outros caldos, como feijoada ou tutu. Seu consumo é muito comum em Minas Gerais, principalmente no prato típico de feijão tropeiro.

De uma tonalidade rosa claro, o feijão rosinha era muito consumido no país na década de 70, até a consolidação do feijão carioca na mesa brasileira. Porém, por essa espécie ser muito suscetível às pragas do campo, as constantes perdas de safra fizeram os agricultores mudarem seu plantio, optando por outros tipos de feijão.

Como o nome evidencia, essa variedade é típica do Japão, já que sua culinária aprecia muito a utilização de alimentos de sabor adocicado. Pouco presente no Brasil, esse feijão é levemente menor que o feijão carioca, e muito utilizado na confecção de massas.

Também pouco conhecido no Brasil, o feijão bolinha também é conhecido como feijão manteiga. Isso pois suas coloração é de um amarelo esverdeado, e seu sabor é um pouco salgado mesmo sem temperos. Porém, também pelo motivo das pragas, esse feijão deixou de ser cultivado por grandes agricultores, tendo sua produção basicamente em pequenas hortas.

O feijão roxinho tem uma aparência inconfundível, além de ser um pouco mais presente na culinária brasileira, em especial em Minas Gerais e São Paulo. Dotado de um caldo grosso, esse feijão fica muito bonito na decoração de pratos da alta gastronomia.

Muito parecido com o feijão carioca, o feijão mulatinho é inteiro bege, sem dispor de listras. Seu sabor é muito suave e seu caldo é muito satisfatório. Ainda sim, sua produção no país foi preterida em razão do feijão carioca.

Muito consumido em Minas Gerais, o feijão vermelho é o principal ingrediente do feijão tropeiro típico, ainda que esse prato possa vir acompanhado de outros feijões. Sendo assim, ele é muito conhecido pelo país e não é difícil encontrá-lo em mercados por um valor não muito alto.

Neste artigo apresentamos informações gerais e dicas de como plantar feijão, e já que entramos nesse tema, também gostaríamos de apresentar alguns de nossos artigos de produtos de jardinagem, para que você cuide cada vez melhor de suas plantas. Confira abaixo!

Agora que você conhece todos os tipos de feijão, além das práticas essenciais para se manter um bom cultivo na hora da sua casa, não deixe de lado o sonho de se ter, todos os dias, uma comida saudável produzida no seu jardim diretamente para o seu prato.

Além disso, todos os benefícios terapêuticos de se cultivar uma horta em casa serão ainda mais intensos se você aproveitar esse artigo para cultivar vários tipos de feijão ao mesmo tempo.