Como plantar mandioquinha: conheça os tipos como salsa e muito mais!

Originária da Cordilheira dos Andes, a mandioquinha chegou ao Brasil em 1907. Desde então, foi cultivada em regiões de clima ameno do país, como Minas Gerais, que atualmente é o maior produtor de mandioquinha no cenário nacional. Em linhas gerais, trata-se de uma planta de raízes tuberosas que é consumida em vários tipos diferentes de receitas, seja cozinha, assada ou na forma de chips.

Após a sua chegada ao Brasil, o tubérculo passou a ser conhecido por vários nomes, como mandioquinha-salsa, batata-baroa ou baroa e teve o uso culinário bastante popularizado, sendo presença recorrente na mesa das famílias brasileiras. É exatamente por essa razão que muitas pessoas têm curiosidade quanto ao plantio do legume.

De cultivo relativamente simples, a mandioquinha tem preferência por solos férteis e leves. Portanto, os seus locais de plantio precisam estar sempre úmidos. Para saber mais sobre o cultivo da planta, continue a leitura do artigo.

A mandioquinha possui algumas variações. No Brasil, a mais comum é a mandioquinha-salsa, que foi importada do Peru. Cada uma dessas variedades possui propriedades distintas em termos de climas e de resistência. Assim, estes aspectos serão explorados na próxima seção do artigo. Continue a leitura para saber mais sobre isso.

A mandioquinha salsa é originária da Cordilheira dos Andes Setentoriais. Portanto, suporta altitudes elevadas, entre 1700 e 2500m, bem como temperaturas amenas, entre 15ºC e 18°C. Entretanto, também pode suportar climas extremos, o que faz a sua variação térmica ser ampliada para algo entre 10° C e 28°C. No Brasil, a planta se faz presente desde 1907.

De acordo com os registros, a mandioquinha salsa foi cultivada principalmente em Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Paraná. A depender da área de plantio, ela recebe um nome diferente e alguns dos mais comuns são baroa ou batata-baroa.

A mandioquinha rúbia foi desenvolvida no Brasil pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O objetivo era criar uma versão do tubérculo que fosse mais resistente e é possível afirmar que o projeto teve sucesso, visto que a mandioquinha rúbia apresenta 80% mais de resistência do que a salsa.

Entretanto, em termos de paladar e aparência, ela é bastante similar à versão original. Assim, é possível destacar que as suas principais vantagens são voltadas para os produtores rurais, que conseguem ampliar as suas plantações e torna-las mais produtivas através do cultivo de uma planta mais resistente.

É possível afirmar que a mandioquinha catarina também foi desenvolvida no território brasileiro e pela Embrapa. No geral, quando se fala sobre sabor, coloração e características, ela se assemelha bastante à mandioquinha rúbia e a mandioquinha salsa. Além disso, em termos de resistência, apresenta a mesma do que a outra versão criada em laboratório.

Atualmente, a mandioquinha catarina está presente em várias plantações do estado de Minas Gerais, que é o maior produtor do tubérculo em todo o Brasil, sendo responsável por 68 mil toneladas ao ano, distribuídas entre 700 agricultores diferentes.

Para fazer o plantio adequado da mandioquinha é preciso observar questões relativas ao solo, aos substratos, à luminosidade e à colheita, entre vários outros fatores que influenciam nessa questão. Assim, eles serão devidamente explorados ao longo desta seção do artigo. Continue a leitura para saber mais a respeito do assunto.

A mandioquinha tem preferência por solos férteis e deve ser cultivada em locais que sejam ricos em fósforo. Além disso, precisam ser bem drenados e não contar com a presença de pedras ou detritos de qualquer natureza. Vale ressaltar que o tubérculo se dá melhor em solos leves e profundos.

Também é interessante citar que os solos argilosos e compactados não são muito adequados para o cultivo da mandioquinha, visto que são prejudiciais ao crescimento das raízes. Outra característica que sobre o local de plantio é o pH do solo, que precisa ser situado entre 5 e 6.

No caso do cultivo em vasos, o recipiente deve ter o fundo forrado com uma manta de drenagem e posteriormente coberto com argila expandida. Então, o vaso deve ser preenchido com substrato areado e fofo, visto que quando mais leve, menos as raízes encontrarão resistência para o seu desenvolvimento.

Vale ressaltar que é muito importante lembrar-se de manter a umidade do substrato durante os primeiros meses da planta. Para isso, procure cobrir o vaso com palhinhas protetoras. Pra adubar, prefira compostos que sejam ricos em micro e macronutrientes.

Devido ao tempo de colheita da mandioquinha e à sua preferência por climas amenos, o mais indicado é que ela seja plantada em períodos como o outono brasileiro, estação na qual as temperaturas chegam a, no máximo, 26º. Como o tubérculo consegue suportar até 28ºC, esse momento é ideal porque não existe o risco de ultrapassar os limites da planta.

Além disso, como a colheita leva cerca de um ano para acontecer e precisa ser feita durante o outono, ao plantar essa estação, a mandioquinha estará pronta para tal exatamente quando a sua janela de cultivo for encerrada.

Em termos de temperatura, a mandioquinha precisa de um clima ameno, entre 14ºC e 21ºC. Entretanto, devido à sua capacidade de adaptação, pode suportar variações para mais ou menos do que isso desde que não sejam muito extremas, o que inviabiliza o bom desenvolvimento da planta.

A respeito da luminosidade, vale ressaltar que o tubérculo tem preferência pelo sol, mas também pode ser plantado em locais que contem com sombra parcial. Não existem grandes exigências nesse sentido e tudo depende do espaço que se tem para o cultivo da mandioquinha.

A colheita da mandioquinha pode ser realizada entre 7 e 14 meses após o plantio. Isso deve acontecer quando as folhas começarem a apresentar um coloração amarelada e é indicado esperar mais do que um mês para tal visto que existe a possibilidade de causar alterações no sabor do tubérculo.

Além disso, a mandioquinha tende a ficar fibrosa após o tempo destacado. Vale pontuar que no caso de plantas mais velhas, somente as raízes mais jovens devem ser colhidas. Também existe a possibilidade de aproveitar as folhas, que podem ser consumidas tanto cruas quanto cozidas.

Até os dias de hoje, a cultura da mandioquinha no solo brasileiro pode ser considerada rústica. Dessa forma, existe poucas doenças que são consideradas limitantes para a sua continuidade. Entre as existentes é possível destacar o nematoide das galhas (Meloidogyne spp) e a podridão-mole que acontece após a colheita, sendo causada por Erwinia-spp. S

Somente as duas doenças citadas causam perdas significativas. Entre as pragas é possível destacar as causadas por Septoria, Xanthomonas e Cercospora, que causam machas foliares nas plantas, mas não chegam a ter impactos no cultivo.

O ciclo de vida da mandioquinha pode ser descrito como longo, visto que se passam entre 7 e 14 meses do plantio até a colheita. É possível descrevê-lo da seguinte maneira: a planta é inserida no solo através de sementes ou então da separação das mudas, tudo depende da preferência e da disponibilidade do jardineiro.

Posteriormente, ela precisa ser cuidada e irrigada cuidadosamente nos seus primeiros meses de vida, garantindo que o solo não fique seco. Então, aparecem os primeiros brotos e os cuidados em questão precisam ser conservados até que a planta esteja pronta para a colheita.

A mandioquinha traz uma série de benefícios para a saúde, como a manutenção da imunidade e o favorecimento da pele. Além disso, devido à sensação de saciedade que o consumo proporciona, tem sido incluída em várias dietas voltadas para ganho de massa muscular. Saiba mais sobre isso na próxima seção.

A mandioquinha é rica em vitamina C, que é benéfica para a visão. Assim, ela atua no sentido de combater uma série de problemas comuns nos olhos, como catarata. Isso acontece uma vez que o tubérculo possui propriedades antioxidantes bastante fortes.

Devido a essas características, a mandioquinha é capaz de prevenir que as células sofram com danos oxidaativos, o que previne a ocorrência da degeneração macular, considerada atualmente a principal causa para problemas de visão, especialmente a catarata. Logo, é interessante incluir o tubérculo na dieta com regularidade.

A vitamina C presente na mandioquinha também atua no sentido de beneficiar o sistema imunológico. O seu trabalho é potencializado pela presença dos folatos, que também contribuem para a manutenção da imunidade do corpo. Assim, vale ressaltar que a vitamina atua na proteção contra corpos estranhos, como as bactérias.

Dessa forma, ela provoca uma melhora na produção de células brancas, ou leucócitos, presentes no sangue. As células em questão têm como função a proteção do organismo e o ataque de potenciais invasores, o que justifica os benefícios da mandioquinha para a imunidade.

Consumir mandioquinha com regularidade ajuda nos cuidados com a pele. Isso acontece devido à presença da vitamina E, que tem ação antioxidante e, portanto, promove a prevenção das rugas, da flacidez e o envelhecimento precoce. Portanto, o tubérculo ajuda a manter o brilho e o viço.

Além disso, a vitamina C também possui essa propriedade e atualmente é um dos antioxidantes mais recomendados do universo dos cosméticos voltados para a pele. Entretanto, o seu consumo de forma não natural precisa ser supervisionado por um médico – o que só mostra mais vantagens da mandioquinha.

Devido à riqueza de fibras presentes na mandioquinha, ela contribui para o funcionamento do sistema digestório como um todo, em especial do trânsito intestinal. Isso acontece uma vez que as fibras promovem a passagem dos alimentos através do trato digestivo de forma suave. Além disso, elas também beneficiam a evacuação.

Outro aspecto que deve ser destacado sobre os benefícios da mandioquinha no trato intestinal estão ligados à prevenção de problemas digestivos, como os gases, a distensão abdominal e a prisão de ventre.

Quem consome a mandioquinha com regularidade consegue reduzir os seus níveis de LDL, o colesterol ruim presente no corpo humano. Além disso, o tubérculo também contribui para que os níveis de HDL, o colesterol bom, sejam aumentados. É possível afirmar que o LDL é uma das principais causas de doenças associadas ao coração, especialmente as crônicas.

Porém, ainda vale citar que os benefícios da mandioquinha para o coração também estão associados à presença de vitamina B3, responsável pela manutenção do equilíbrio dos níveis de triglicérides. Por fim, o legume auxilia na redução da arterosclerose.

Assim como a batata e outros tubérculos similares, a mandioquinha é uma fonte de carboidratos complexos. Portanto, possui muitas calorias e é um alimento interessante para quem realiza atividades com gastos de energia elevados. Isso acontece uma vez que ela é capaz de se converter nessa energia e ajudar nas práticas esportivas.

Além disso, a sensação de saciedade pode ser interessante no combate à compulsão alimentar, visto que será necessário ingerir menos quantidade de comida para que o cérebro compreenda que você está satisfeito e, portanto, não precisa se alimentar novamente.

Os benefícios da mandioquinha para o sistema nervoso central estão ligados à manutenção do humor e à sua regulação. Nesse sentido, vale citar que o tubérculo possui bons níveis de vitamina B1, composto que possui uma valiosa ação antiestresse no cérebro.

Devido a essa característica, a mandioquinha ajuda no sistema nervoso no sentido de melhorar o humor das pessoas. Essa melhoria é um auxiliar poderoso aos sintomas de duas doenças psicológicas bastante comuns nos dias de hoje: a depressão e a ansiedade. Portanto, procure incluir o tubérculo na sua dieta para esses fins.

Outro composto que aparece em abundância na mandioquinha é o cálcio. Ele é responsável para a manutenção da saúde óssea, especialmente em idosos, que tendem a passar por perdas de massa nesse sentido. Mas precisa se fazer presente na alimentação de qualquer pessoa para que fraturas, por exemplo, possam ser evitadas.

Além disso, a mandioquinha possui uma função preventiva quando se fala sobre os ossos. De encontro a isso, vale ressaltar que ela contribui para combater a osteoporose. Outro aspecto no qual a mandioquinha atua é nos dentes, que são beneficiados pelo cálcio.

Embora a mandioquinha seja benéfica para a saúde, existem alguns casos nos quais é melhor evitar o consumo. Ainda sobre consumo, vale citar que a versatilidade do ingrediente permite que ele faça parte de vários tipos de preparos culinários. Esses aspectos serão comentados ao longo da próxima seção do artigo.

A mandioquinha pode ser consumida de várias formas. Em geral, ela aparece na sua forma cozida, como acompanhamento ou parte de saladas; refogada, juntamente com a carne bovina moída e ainda na forma de purê. Entretanto a sua versatilidade assegura várias outras possibilidades para a mandioquinha na alimentação.

Nesse sentido, é possível citar os chips, que têm se popularizado bastante e podem ser um lanche interessante para o período da tarde, especialmente para pessoas que têm o hábito de fazer atividades físicas com altos gastos energéticos devido à presença do carboidrato.

Embora a mandioquinha seja benéfica para a saúde de forma geral, existem alguns contextos nos quais ela deve ser evitada. Esse é o caso das pessoas diabéticas, que não costumam se dar bem com alimentos que crescem embaixo da terra de uma forma geral.

Isso acontece devido à presença do carboidrato, que gera índices glicêmicos altos e, portanto, desaforáveis para os diabéticos. Entretanto, é interessante destacar que a doença é impeditivo para o consumo. Na verdade, desde que ele seja feito de forma moderada, não existe nenhum tipo de restrição quanto a isso.

A mandioquinha é uma planta pouco exigente: caso seja plantada em um solo constantemente úmido e leve, em um clima ameno e tenha o seu tempo de cultivo respeitado, ela tem tudo para prosperar. Entretanto, vale ressaltar que se trata de um tubérculo com ciclo de vida lento, cuja colheita pode se estender por até dos anos.

Mas para aqueles que não têm pressa, o cultivo da mandioquinha pode ser bastante interessante. A planta traz uma série de benefícios para a saúde, melhorando desde as funções cardíacas à pele. Dessa forma, incluí-la na alimentação é algo que vai trazer uma série de impactos positivos para a vida dos consumidores.

Como existe a possibilidade de plantar a mandioquinha em vasos, não existe qualquer impeditivo para que quem não tem espaço, mas deseja aproveitar os benefícios deixe de seguir as dicas para cultivar essa planta tão versátil e importante para a saúde.