Pulgão: tipos como branco e preto, como acabar, veneno e mais!

Pulgão: tipos como branco e preto, como acabar, veneno e mais!

Você sabia que os pulgões podem transmitir viroses para as plantas? Confira neste artigo as principais espécies, características e como acabar com essa praga.


Pulgão: saiba como tirá-lo de suas plantas!

Pulgões em agulhas de pinheiro.

Os pulgões são pragas muito famosas na jardinagem. Eles são insetos sugadores e surgiram no Brasil por volta da década de 1970, afetando principalmente as plantações de cereais. A causa de tanto prejuízo foi a grande velocidade de multiplicação que as colônias possuem.

Isso significa que é essencial muita atenção e persistência para identificá-las e eliminá-las desde o início. Apesar de tão pequenos, eles podem afetar seriamente plantas e cultivos inteiros, tanto diretamente quanto indiretamente.

Por isso, é muito importante saber com o que você está lidando e quais são as melhores soluções. Confira a seguir, os detalhes sobre os pulgões, seus danos e as maneiras mais eficazes de removê-los!

Sobre o pulgão

Planta com folhagens vermelhas cheio de pulgões.

Antes de tudo, é preciso conhecer o que são os pulgões. Entender o seu comportamento, seus métodos reprodutivos e a sua estrutura é essencial para centralizar as medidas de contenção. Confira abaixo, mais detalhes sobre os pulgões!

O que é pulgão?

Os pulgões, também conhecidos como afídeos, são membros da ordem Hemiptera. Essa ordem abrange cerca de 119 mil espécies distintas, das quais 1,5 mil são pulgões. A origem deles é incerta, visto que podem deslocar-se pelo vento, o que lhes garantiu a expansão mundial.

Além de causarem uma série de problemas, os pulgões são sorrateiros e de alta proliferação. O parasitismo dá-se no consumo da seiva de vários espécimes de plantas, que são chamadas de hospedeiras. O excedente de seiva é expelido em forma de melaço, uma substância açucarada e pegajosa que atrai outros seres oportunistas.

Como identificar os tipos de pulgões

Há quem acredite que, para identificar um pulgão, basta compará-lo com imagens da internet, mas não é tão simples assim. Há numerosas espécies de pulgões e mesmo aqueles que são do mesmo tipo podem ter cores e formatos diferentes. Então, para identificá-lo, pesquise pelos detalhes da planta que está sendo atacada.

Esse método é o mais certeiro porque a maioria dos tipos de pulgões fixam-se em determinadas plantas hospedeiras, apenas. Sabendo quais são os dados da sua planta, você encontrará uma ou duas variedades de afídeos que podem acometê-la, o que facilmente permitirá que o tratamento mais adequado seja realizado.

Como identificá-los nas plantas

O primeiro sinal de uma infestação de pulgões é a presença de manchas pretas nas folhas, caules e galhos. Essas manchas são acarretadas pela fumagina, que consiste em fungos escuros que se desenvolvem sobre o melaço excretado pelos pulgões. Outros sinais, são folhas defeituosas e enfraquecidas pela perda de seiva.

Em algumas vezes, pode ser muito demorado de encontrá-los, o que acaba acontecendo somente quando a colônia está bem encorpada. Por isso, recomenda-se atenção aos locais onde eles costumam ficar, como órgãos vegetais, brotos e partes jovens. Preste atenção durante a revisão periódica dos vasos, pois qualquer irregularidade deve ser considerada.

Características morfológicas

Os pulgões são minúsculos insetos de corpo mole, com 0,5 mm a 3,0 mm de comprimento. Seu aparelho bucal é do tipo picador-sugador, próprio para a incisão nos tecidos vegetais e sucção da seiva. O aparelho digestivo é capaz de filtrar a seiva coletada, eliminando os excessos em forma de melaço por cima das folhas ou ao longo do verso.

Eles possuem alta capacidade de reprodução, a qual pode ser sexuada ou assexuada. Além disso, os pulgões atingem a fertilidade com 10 dias de vida, sendo este um dos fatores para sua rápida propagação. Desenvolvem-se melhor na amplitude térmica de 18ºC a 25ºC, morrendo no calor excessivo e desacelerando no frio.

Pulgão e a transmissão de vírus

Uma das preocupações com os pulgões, deve-se ao fato de que eles são transmissores de vírus. O VNAC, causador do Nanismo Amarelo da Cevada, é o mais conhecido e afeta principalmente as culturas de cereais, como o trigo, a aveia e a cevada. As plantas infectadas apresentam folhas avermelhadas ou amareladas e brotos deformados.

Outro vírus comum é o CTV, responsável pela doença Tristeza dos Citros. Como o seu nome diz, ele afeta as citriculturas, a exemplo de laranjeiras e limoeiros. Os sintomas incluem desbotamento das folhas e apodrecimento dos condutores de seiva. Não há cura para as viroses, o que significa que as árvores serão inutilizadas ou mortas.

Quais danos eles trazem às plantas?

Os danos causados por pulgões são bem visíveis e podem ser irreversíveis. Alguns deles são a secura dos galhos iniciando pela ponta, nanismo dos frutos e folhas amareladas. As manchas escuras da fumagina também são prejudiciais, aparecendo na frente e no verso das folhagens pegajosas.

A estrutura foliar também pode ser comprometida, em que se percebe a aparição de formas torcidas ou espiraladas. Os prejuízos estendem-se até mesmo para a reprodução das culturas durante a estação fértil. A planta acometida perde os atributos estéticos necessários para atrair polinizadores, obstruindo o processo de fecundação.

Tipos de pulgão

Embora existam centenas de variedades de pulgões, é importante conhecer os mais relevantes e as avarias que desencadeiam. Saber quais tipos de planta eles afetam também auxilia no cruzamento de informações para o diagnóstico exato. Veja a seguir tudo sobre os tipos de pulgões mais recorrentes nas plantações!

Pulgão preto

Pulgões pretos em uma planta.

O pulgão preto é uma variação que tem cor marrom na fase jovem e preta quando amadurece. Ele pode apresentar-se na forma alada ou não, visto que o surgimento de asas de pulgões é uma adaptabilidade à propagação em certos habitats. Surgem em períodos de seca persistente, pois a chuva atrapalha a aderência e prejudica a evolução das ninfas.

As plantas hospedeiras dos pulgões pretos são as culturas de citros. Eles atacam mudas, folhas novas e botões de flores. Além do mais, eles são vetores do vírus da Tristeza dos Citros, o que lhe atribui a característica de serem altamente nocivos.

Pulgão branco

Pulgões brancos em uma flor de hibisco.

O pulgão branco é uma das pragas constantes da jardinagem ornamental. Fixam-se debaixo das folhas, em folhas recentes e em plantas novas. Um aspecto importante sobre o seu comportamento é que eles afetam as plantas indoor da mesma forma que as espécies ao ar livre, sendo capazes de reproduzir-se dentro de casa.

Os pulgões brancos preferem tanto as plantas que dão frutos, quanto os tipos florais. As espécies que mais os atraem são as zínias, as dálias e as áster. Nestas, o pulgão consome o néctar produzido, destruindo pouco a pouco a estrutura das flores.

Pulgão algodoeiro

Colônia de pulgões do algodão na superfície de uma folha.

O pulgão algodoeiro é uma espécie pequena em relação aos demais pulgões. Os adultos têm comprimento entre 1 e 1,5 mm, enquanto os filhotes atingem 0,35 mm. Sua coloração varia entre a amarela e a verde-escura: a primeira ocorre durante o verão e a segunda, durante a primavera e o outono.

Suas plantas hospedeiras são as malváceas, as cucurbitáceas e os citrinos. Como exemplos, há o algodoeiro, o hibisco, a abóbora, o melão, entre outros. Seu parasitismo resulta no amarelamento e enrugamento das folhas. E caso ele não seja rapidamente detido, os seus estragos são irreparáveis.

Pulgão do milho

Pulgões se alimentando da seiva do milho.

O pulgão do milho tem essa nomenclatura porque seu principal hospedeiro é o milho. Além dele, há como alvos o feijão verde, o mamão, a batata, o arroz, a cana-de-açúcar, dentre outros. Essa variação de pulgão distribui-se nas regiões quentes, sobretudo de clima tropical e subtropical.

Sua infestação engloba todas as partes do milho, com maior incidência no pendão, onde é liberado o pólen. Por conta disso, a polinização não acontece, o que influencia o desempenho até das plantas saudáveis. Além disso, o pulgão do milho é vetor de muitos vírus, incluindo o VNAC.

Pulgão da espiga

Pulgão da espiga na superfície da planta.

O pulgão da espiga possui cores verdes ou marrons quando adultos, ao passo de que os filhotes são verdes ou vermelhos. São de tamanho médio, medindo cerca de 1,3 a 3,3 mm de comprimento. É acostumado ao clima temperado, com predominância na Europa, Ásia e Oriente Médio.

Suas principais hospedeiras são as espécies de cereais e gramíneas. Todos os cereais são afligidos e a maioria das gramíneas também, além de juncos e junças. Possuem a capacidade de produzir ovos e hiberna-los no inverno até a eclosão na época mais quente da primavera, propícia para a atividade das colônias.

Pulgão verde

Vários pulgões na cor verde em uma planta.

O pulgão verde também é relativamente menor, não passando de 2,2 mm de comprimento. Pode ter diferentes tonalidades de verde, como amarelo esverdeado, verde folha e verde maçã, com a cabeça marrom. Possui indivíduos alados e não alados.

A existência de asas permitiu que os pulgões verdes alcançassem amplas áreas de incidência. Outro aspecto que contribuiu para a expansão foi o comércio de frutas e materiais infestados. Por consequência, eles dispõem de várias plantas hospedeiras, com preferência maior por arbustivas, citrus em geral e macieiras.

Como acabar e afastar os pulgões de suas plantas

Agora, que você conhece a estrutura morfológica e os principais tipos de pulgões, você deve aprender os tratamentos intensivos para lidar com as colônias. Quanto mais cedo eles iniciarem, mais eficientes serão. Veja a seguir, quais são as soluções necessárias para acabar com os pulgões!

Veneno

Uma mão que segura uma garrafa com inseticida.

Os pesticidas com deltametrina são os mais populares no mundo, com empregos na agricultura, na jardinagem e na vida cotidiana. São muito eficazes contra insetos de várias categorias. No entanto, é neurotóxico e alérgeno, além de matar insetos polinizadores também.

Já os inseticidas à base de imidaclopride matam os pulgões quando ingeridos, não prejudicando abelhas e borboletas. Além disso, eles são menos tóxicos que a deltametrina, oferecendo risco limitado à vida aquática. Recomenda-se que os venenos só sejam usados em último caso, quando a detecção da colônia é tardia.

Elimine plantas daninhas

Homem arrancando ervas daninhas do jardim.

Há espécies de plantas daninhas que, além de atrapalharem a produtividade e competirem por nutrientes, também atraem pulgões. Por conta disso, é essencial conhecê-las e imediatamente liquidá-las, a fim de prevenir a saúde da cultura.

Por outro ponto de vista, essas plantas daninhas podem ser utilizadas como “iscas” para os pulgões. Nessa situação, elas ganham o nome de hospedeiras alternativas, privando as demais plantas de ataques. No Brasil, há mais de 50 espécies dessa categoria, dentre elas: capim pé de galinha, papuã, pico-pico, erva de São João e trapoerabas.

Use predadores naturais dos pulgões

Joaninha se alimentando de um pulgão.

O uso de predadores naturais contra os pulgões é o método mais equilibrado para lidar com a praga. A joaninha e o crisopídeo ou bicho-lixeiro são os maiores consumidores de pulgões, sem mencionar que eles não apresentam riscos e não são agressivos.

As larvas e os adultos das joaninhas alimentam-se à noite e precisam estar em grande quantidade para surtir efeito. Os crisopídeos oferecem efetividade elevada durante a forma larval, além de serem maiores e darem resultados mais rápidos. A joaninha pode ser facilmente comprada para tal finalidade, mas os crisopídeos não são tão comuns.

Serviço de contra pragas

Serviço de controle de pragas de jardim.

O serviço contra pragas como o pulgão é válido nos cenários de descontrole da população de insetos, bem como de manutenção de grandes plantações. Empresas especializadas e regulamentadas devem ser contratadas para a dedetização. Não apenas os pulgões serão quimicamente eliminados, mas quaisquer outros intrusos que estiverem presentes.

Se o serviço for solicitado para o ambiente doméstico, são necessárias algumas precauções. Animais domésticos, excepcionalmente peixes, são muito sensíveis, sendo preciso movê-los durante o período estipulado pela empresa. Também é importante realizar uma limpeza prévia, pois os produtos serão melhor absorvidos e terão eficácia maior.

Plantas repelentes de pulgão

Campo de flores de calêndula.

Existem plantas muito úteis que servem como repelentes de pulgões e outras pragas. São plantas aromáticas que possuem óleos essenciais, que são demasiadamente desagradáveis a esses insetos. Uma boa estratégia é plantá-las ao lado das hospedeiras em potencial, funcionando como escudo.

Algumas das espécies mais detestadas pelos pulgões são temperos como orégano, cebolinha, alho e manjericão. Há exemplos florais também, como a calêndula, o crisântemo e a petúnia. Quanto mais plantas repelentes você tiver, menos pulgões você verá.

Óleo de neem

Óleo de neem e a planta in natura em um fundo amarelo.

O óleo de neem é um excelente veneno natural contra os pulgões. Ele é extraído das sementes da árvore de neem e possui aroma semelhante ao enxofre. Entre os seus componentes, há a azadiractina, que é o ativo principal para repelir e matar pulgões.

A forma de utilizá-lo consiste na medida de 5 mL de neem para 1 L de água. Essa mistura deve ser borrifada à noite, sem esquecer de conferir se a planta inteira foi preenchida. Sua composição não é tóxica: o óleo de neem é, aliás, ingrediente de pastas de dente, cosméticos e até xampus de animais.

Sabonete orgânico e água

Sabonetes orgânicos e flores de camomila na mesa.

O sabonete orgânico, isto é, o tradicional feito de coco, é uma ótima opção para acabar com os pulgões. Se você percebeu a infestação logo no início, ele é perfeito para os “primeiros socorros”. Além disso, é eficiente contra outras pragas de jardim, como as lagartas.

A receita para usá-lo consiste na mistura de 1 colher de sopa de sabão ralado para 1 L de água morna. Dentro de um borrifador, agite bem até ficar homogêneo. O conteúdo deve ser utilizado no dia que for feito e a frequência deve ser uma vez por semana durante três semanas, sempre à noite.

Álcool isopropílico

Mão com uma garrafa de álcool isopropílico.

O álcool isopropílico é um ótimo aliado para a eliminação de pulgões. O mais recomendado é o álcool 70%, pois é eficaz e não queima as folhas, desde que seja misturado na proporção de 70 mL para 30 mL de água. O álcool doméstico 46% também é útil e pode ser aplicado puro, já que é mais fraco.

Há duas maneiras de aproveitá-lo. A primeira consiste em molhar uma bola de algodão com álcool (puro ou diluído) e limpar diretamente as áreas das colônias. A segunda, para plantas maiores, é borrifar abundantemente todas as partes vegetais. Nos dois jeitos a frequência é de uma vez por semana durante a noite, até que sumam todos os pulgões.

Acabe com os pulgões de suas plantas!

Vista lateral de jardineiro pulverizando plantas no jardim.

Os pulgões são pragas que impressionam pelo seu pequeno tamanho em comparação à grande devastação que podem desempenhar. O desconhecimento do seu potencial destrutivo pode ser o início do fim de uma planta afetada.

Quanto mais demorado for o diagnóstico ou o tratamento contra os pulgões, mais as colônias crescerão. Por isso, é necessário combinar o olhar atento aos sinais de infestação com as soluções caseiras e imediatas. O tratamento precoce é fundamental para garantir ótimos resultados e manter a situação sob controle.

Com tudo isso, não deixe de seguir as dicas presentes neste artigo. Apesar de minúsculos, os pulgões não devem ser subestimados. A saúde do seu jardim, seja ele doméstico ou externo, depende do seu zelo!

Autor deste artigo

Estudante de Letras e apaixonada por jardinagem e decoração. Entrar em contato com a natureza, cuidar do ambiente em que eu vivo e manter minha rotina em ordem são atividades que me trazem um grande bem-estar, e poder compartilhar esse conhecimentos é ainda melhor.

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