Echeveria runyonii: como cuidar da planta Topsy Turvy e muito mais!

Echeveria é um dos gêneros, formado por plantas terrestres e epífitas, que pertencem a grande família Crassulaceae. Segundo o site World Flora Online, cerca de 170 espécies contemplam este gênero, mas ainda existem inúmeras subespécies e híbridas.

A Echeveria runyonii é uma das suculentas que pertence a este magnífico grupo, e uma das grandes causas para a fama dessa espécie está em seus diversos cultivares, como Texas-rose, Dr. butterfield, Lucita e Tom-allen. Porém, conforme o artigo lançado pelo crassulaceae.ch, não existe nenhum registro sobre esses cultivares e eles também não apresentam variação relevante em relação à espécie original.

O mesmo também afirma a facilidade com que esta espécie desenvolve folhagens diferentes e torcidas, sendo que Topsy turvy é o cultivar mais famoso e se caracteriza pelas suas folhas aparentemente invertidas e deformadas.

Agora que já sabemos disso, conheceremos um pouco mais sobre essa curiosa suculenta, as principais características que dão a beleza única desta planta, veja a facilidade do seu cultivo, conheça outras espécies que contemplam o gênero, tudo isso e muito mais a seguir. Então vamos conferir! 

Ainda que em alguns lugares ela seja conhecida como Galinha-mexicana, seu nome verdadeiro é Echeveria runyonii, também é comum chamarem-na de Topsy turvy, porém é um equívoco chamar todas as plantas dessa espécie desta maneira. Isso por esse nome ser designado aos cultivares que se caracterizam pela folhagem torcida e parecem estar invertidas.

O nome runyonii foi definido em 1935 para homenagear o botânico Robert Runyon, quem descobriu a espécie, até então sem registro, mas que estava sendo cultivada em um jardim no México, isso em 1922.

Embora cada planta alcance cerca de 9 a 10 centímetros de altura e diâmetro, sua inflorescência pode chega até 20 centímetros de comprimento com longas e exuberantes hastes, com flores que desabrocham durante a primavera e o verão.

Suculentas são plantas que se desenvolvem em ambientes quentes e bem iluminados, e a Echeveria runyonii não é diferente. A temperatura ideal para o seu cultivo está entre os 18° e 22° C, e preferivelmente em sol pleno, porém isso pode variar devido alguns fatores. Veja algumas considerações ao escolher o seu local de cultivo:

• Abaixo de 18° C — Embora consiga se desenvolver com temperaturas relativamente baixas, o ideal é que nesses casos ela receba cuidados em algum lugar interno, próxima à janela ou outro local bem iluminado e aquecido, evitando geadas e chuvas gélidas. 

• Entre 18° e 22° C — Com essas temperaturas, o melhor é deixá-la a sol pleno de modo que ela possa aproveitar bem a sua iluminação, mas deve-se evitar ventanias e chuvas constantes, pois poderão prejudicar sua planta. 

• Acima de 22° C — Ainda que seja uma espécie de regiões quentes, é melhor cultivá-la a meia-sombra quando as temperaturas superarem os 22° C, por mais que não a deixe completamente exposta ao sol, procure por um local que seja bem iluminado.

Muitos cultores, principalmente os iniciantes, acabam matando seus cultivares por esquecerem das regas periódicas, deixando o substrato seco por longos períodos. Já com as suculentas o contrário acontece, seja por tomarem muita chuva ou pela frequência consistente da irrigação. Confira algumas dicas para saber a melhor forma de irrigar sua Echeveria:

• Deixe o solo secar: por ser uma planta que acumula muita água em sua estrutura o ideal é o solo fique seco por alguns dias e então seja realizada a rega abundantemente, molhando todo o substrato. 

• Não molhe as folhas: ao irrigar as suculentas não se deve molhar as suas folhas, isso poderá apodrecê-las, atrair fungos e outras doenças. Lembre-se que ela acumula muita água e apenas o solo deve ser molhado. 

• Aqueça a água durante o inverno: quando o solo está úmido e gelado essa planta pode ter seu desenvolvimento prejudicado, aquecer a água quando o clima estiver a menos é uma boa técnica para manter seu espécime vigoroso.

Adubar essa planta também não tem segredo. Quando já atingiu sua maturação escolha fertilizantes equilibrados, mas se planta ainda for jovem opte por fertilizantes com baixa quantidade de nitrogênio:

• NPK — São os mais comuns e visão atender as principais necessidades de cada planta, com formulações equilibradas ou com dosagem específica para cada nutriente, nitrogênio, fósforo e potássio. Veja nosso artigo completo sobre os fertilizantes NPK. 

• Compostagem — Consiste em utilizar insumos orgânicos para a produção de um adubo natural e rico em diversos nutrientes. Aprenda como fazer compostagem. 

• Adubo natural — Um método muito popular, principalmente entre os cultores amadores. Este método é extremamente eficiente e muito sustentável, visto que nele são reutilizados principalmente os insumos domésticos. Confira em nosso outro artigo como reaproveitar os seus resíduos para criar adubos naturais. 

Nós já temos um artigo sobre como preparar o solo humoso, mas todas as espécies têm suas particularidades e aqui listamos alguns cuidados importantes que devem ser adotados durante o preparo do substrato da Echeveria runyonii:

• Terra fértil — É crucial que o solo seja composto por terra fértil e de qualidade, geralmente de cor preta e porosa.

• Drenagem — A drenagem do solo é outro aspecto importante e para aumentar a sua eficiência é recomendado o acréscimo de casca de arroz, arreia grossa ou até mesmo brita. 

• Nutrientes — Uma forma comum e muito eficiente é o enriquecimento nutritivo através de matéria orgânica animal, húmus ou esterco curtido. 

Muitas plantas necessitam de transplante, algumas podem ter atingido a maturação e precisam de vasos maiores, outras têm seus vasos contaminados por fungos ou outras pragas e precisam de um novo substrato. Seja qual for a necessidade do transplante, procure atender os seguintes parâmetros para evitar prejudicar sua plantinha:

1. Procure realizar o transplante em épocas de calor;
2. certifique-se de esterilizar suas ferramentas;
3. aguarde o substrato secar completamente para remover a suculenta do vaso;
4. limpe a raiz com cuidado e retire as partes que estejam podres ou mortas;
5. se replantá-la em um jardim verifique se à terra é fértil, drenável e que não esteja contaminada;
6. caso opte por replantá-la em um vaso, evite os de plástico, pois retém mais umidade. Além disso, eles devem conter furos para o escoamento da água e uma camada de drenagem abaixo do substrato.

Como mencionado anteriormente, um dos métodos mais eficientes e fáceis para propagar uma suculenta é a estaquia, veja como realizar a estaquia foliar da sua Echeveria runyonii:

1. Certifique-se de esterilizar suas ferramentas de poda e jardinagem;
2. escolha uma das folhas que estejam mais abertas e corte-a bem próxima do caule;
3. deixe-a secar por cerca de 24 horas, na sombra, para que o corte cicatrize;
4. replante a folha em um recipiente devidamente preparado, com sistema de drenagem e substrato adequado;
5. procure manter o solo úmido até que a muda crie raiz, não deve levar mais que algumas semanas.

Se os cuidados apresentados até aqui forem devidamente seguidos, sua planta não apresentará muitos problemas, mas, ainda que sejam poucos é importante que se saiba as causas e como lidar com os mais comuns. Veja quais são eles:

Doenças fúngicas — Sua principal causa é o excesso de umidade no solo ou nas folhas. São muito difíceis de lidar, mas conduza o seguinte passo-a-passo para se livrar desse problema:

1. Isole o espécime contaminado;
2. esterilize as ferramentas de poda e jardinagem para evitar que os fungos se propagem;
3. retire toda à terra da raiz;
4. coloque a planta em um recipiente com água bem quente por cerca de 30 minutos;
5. retire as partes podres e contaminadas;
6. deixe-a secar ao ar livre cerca de 24 horas, mas não diretamente exposta ao sol;
7. replante-a em novo substrato e vaso devidamente preparado. 

Raiz podre — Além de fungos, o solo encharcado também pode apodrecer a raiz e posteriormente toda a planta. Se notar que seja este o caso, cesse a irrigação por algum tempo e mantenha o solo seco por alguns dias, depois torne a irrigar, mas com menos frequência.

Cochonilhas, pulgões e ácaros-aranhas — Essas são as pragas mais comuns em todas as espécies, geralmente surgem devido à baixa umidade da planta e do solo. Quando surgirem procure borrifar um pouco de água misturada com sabão e óleo vegetal sobre a planta, mas apenas um pouco e apenas quando surgirem, pois, não se deve molhar as folhas das suculentas. 

A principal forma de cultivo da Echeveria runyonii se dá no ornamento de jardins de pedras e canteiros dedicados às suculentas e outras plantas de clima seco. Mas para quem deseja plantar essa espécie em um vaso, elas formam ótimas composições com outras suculentas e se destacam em arranjos sobre a mesa ou até mesmo na varanda.

Quem deseja dar novos ares a decoração de sua casa, uma excelente forma de fazer isso é através da criação de terrários, sendo que essa espécie é muito procurada para esse tipo de cultivo. Se você ainda não sabe o que é, confira nosso artigo completo sobre como fazer um terrário. 

Ainda que não possua uma fragrância perceptiva, sua floração é de extrema exuberância com flores vistosas e completam o conjunto ornamental da espécie. Suas flores surgem em suas longas inflorescências, durante a primavera e o verão.

São flores separadas e retas, sua corola é pentagonal, ou seja, possui 5 pétalas. Essas pétalas, são levemente translúcidas, com o exterior vermelho-rosado ou laranja-rosado, e o interior alaranjado ou amarelado. 

Embora possam surgir muitas mutações, a espécie geralmente se desenvolve como uma roseta, repleta de folhas distribuídas circularmente entorno do seu único caule. Suas folhas são espatuladas, sendo a base menor que sua extremidade e as margens levemente curvilíneas.

A planta possui coloração esverdeada, mas possui uma leve camada, esbranquiçada e porosa, cobrindo-a quase por completo, com exceção de suas flores.

Como o próprio nome sugere, a Black-prince possui folhagem escura, pode ser preta, azul-escura ou marrom. Suas folhas são densas e compridas, e suas flores são geralmente avermelhadas.

Um fato curioso sobre essa espécie é que Frank Reinett, criador dessa híbrida, afirma tê-la criado a partir da E. affinis e a E. shaviana, porém, muitas das suas características iniciais se perderão com o tempo e acreditasse que as atuais Black-princes são resultados de outros cruzamentos também.

As suculentas são plantas formidáveis e a Echeveria é mais um gênero repleto de espécies maravilhosas para você adicionar ou iniciar a sua coleção, com folhagem, inflorescência e floração atrativas e ornamentais para ter em ambientes internos ou externos.

São excelentes cultivares e mesmo sendo um iniciante, não se preocupe. Como você pode ver durante o artigo, o seu cultivo é fácil, precisando de atenção especial apenas para não deixar o substrato encharcado e no demais é parecido a muitas outras espécies, com cuidados simples.

Agora que conhece essa suculenta magnífica e já sabe quais os principais cuidados necessários, adicione a Echeveria runyonii a sua coleção de suculentas e tenha mais um lindo espécime para apreciar em sua casa!